Pequim nega ‘plano B’ para substituí-lo
Escândalos já começaram a surgir para o governo do recém-nomeado chefe-executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, apenas três semanas depois que ele assumiu o cargo, com relatos que sugerem que Pequim tentará substitui-lo nos próximos meses.
Rumores se espalharam de que Pequim está considerando implementar um “plano B” e pode derrubar Leung. O regime chinês enviou um representante oficial superior, Wang Guangya, o chefe do Departamento dos Assuntos de Hong Kong e Macau, à cidade de Shenzhen para dissipar esses rumores, segundo a mídia de Hong Kong.
Durante a viagem à Shenzhen, Wang se reuniu com membros do grupo pró-Pequim ou pró-governo de Hong Kong, que apoiam as políticas e opiniões do Partido Comunista Chinês (PCC), dizendo-lhes para darem total apoio a administração de Leung e não atacarem sua liderança à luz das próximas eleições legislativas em Hong Kong. Enquanto isso, não há “plano B” para remover Leung do poder, insistiu Wang.
O dia da posse de Leung foi recebido com protestos em massa; muitos residentes de Hong Kong acreditam que ele seja um membro do PCC e está sob investigação devido a construção ilegal em sua residência de luxo. Ele afirmou que nenhuma construção não autorizada foi feita em sua casa, mas foi descoberto que havia um porão e outras adições.
De acordo com rumores relatados pelo Ming Pao, membros do grupo pró-Pequim de Hong Kong estão preocupados que o PCC possa remover Leung do poder dentro de 100 dias a seis meses após sua posse.
Um possível “plano B” pode ser implementado por Pequim devido ao mau desempenho de Leung desde o início e a viagem de controle de danos de Wang mostram que a situação é realmente crítica, disse o comentarista político Willy Lam dos Estudos da China da Universidade Internacional de Akita, Japão, à Rádio France Internationale.
No entanto, Leung não será substituído imediatamente, porque isso tornaria a situação mais instável do que já está, disse Lam. Sua expulsão pode vir após a transferência de poder no 18º Congresso Nacional do PCC, acrescentou ele.
Mais de uma semana atrás, Mak Chai-Kwong, o secretário de Desenvolvimento da Região Administrativa Especial de Hong Kong, que foi nomeado por Leung, renunciou devido a acusações de corrupção com apenas 12 dias de mandato. Alguns membros do grupo pró-Pequim de Leung abdicaram e se juntaram ao grupo pró-democracia de oposição.
Antes que ele tomasse posse, Leung teria prometido ao PCC que passaria o polêmico artigo 23 da legislação que restringe a liberdade política e religiosa em Hong Kong de grupos não aprovadas pela China continental, segundo artigos da imprensa de Hong Kong.
Leung também queria empurrar o mandato da Educação Nacional que, entre outras coisas, exigiria que alunos elementares e secundaristas estudassem a caligrafia do ex-ditador Mao Tsé-tung para aprenderem sobre “o espírito de perseverança e trabalho do presidente Mao”. O mandato já recebeu fortes críticas de estudantes, professores e pais.
Leung negou as acusações de que recebeu essas ordens da liderança central do partido comunista.