Ex-líder chinês é indiciado por genocídio no Tibete

24/10/2013 15:00 Atualizado: 07/11/2013 23:10

O ex-líder supremo da República Popular da China, Hu Jintao, foi indiciado pela mais alta corte criminal da Espanha por cometer genocídio no Tibete.

Com uma decisão em 9 de outubro, o tribunal reverteu a decisão de primeira instância sobre uma ação judicial primeiramente arquivada em 2005 que poderia ser estendida para incluir Hu Jintao. Na decisão de 21 de junho de 2013, o tribunal ficou do lado do procurador do Estado, que tinha argumentado que a Espanha não tinha uma ligação nacional com o caso e que por isso não tinha jurisdição. O procurador também alegou que os tribunais chineses eram competentes para julgar este caso.

Ao tomar sua decisão, os juízes observaram que um dos coautores da denúncia, Thubten Wangchen, era um cidadão espanhol nacionalizado. Quanto à alegada competência dos tribunais chineses, os juízes disseram que não havia nenhum registro “de autoridades chinesas terem começado qualquer tipo de investigação sobre os fatos que são objeto da ação”.

Os reclamantes – o Comitê de Apoio ao Tibete, a Fundação Lar Tibetano e o diretor da fundação o Sr. Wangchen – esperaram para apelar pela inclusão de Hu Jintao no caso em curso até depois que ele perdesse a imunidade diplomática. Em março de 2013, Hu Jintao foi substituído por Xi Jinping como chefe de Estado da República Popular da China.

Na audiência de junho, os reclamantes apresentaram evidências alegando a culpabilidade de Hu Jintao por genocídio, tanto como chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) no Tibete em 1988-1992 e, a partir de 2003, como secretário-geral do PCC e presidente da República Popular da China, as posições mais altas na hierarquia do PCC e do Estado.

Na decisão de outubro, os juízes citaram “evidências internacionais da repressão realizada pelos líderes chineses”.

Os juízes decidiram que: “As autoridades chinesas decidiram realizar uma série de ações coordenadas que visam eliminar as características específicas e a existência do Tibete, impondo a lei marcial, a realização de transferências forçadas, campanhas de esterilização em massa, tortura de dissidentes e deslocamento forçado de chineses continentais, a fim de dominar e eliminar gradualmente a população indígena do Tibete.”

A denúncia original de 2005 acusava o ex-líder chinês Jiang Zemin, o ex-premiê chinês Li Peng e outros cinco oficiais chineses de genocídio, crimes contra a humanidade, tortura e terrorismo cometidos contra o povo tibetano.

Alan Cantos, diretor do Comitê de Apoio ao Tibete, disse ao Epoch Times que a decisão dos juízes foi recebida “com alegria, especialmente pelas vítimas no Tibete, suas famílias e o povo tibetano, porque isso significa que há alguma justiça. Também porque é um triunfo da justiça espanhola, que se posicionou do lado da verdade, dos princípios e da lei e não do lado das pressões diplomáticas e poderes da China. “

O ativista tibetano Tenzin Tsundue, que vive em Dharamsala, Índia, depôs neste caso, contando a tortura que testemunhou quando esteve em prisões chinesas no Tibete.

Ele disse: “Não é suficiente dar prêmios de paz a Sua Santidade o Dalai Lama e continuar a ignorar as violações dos direitos humanos” contra os tibetanos, que estão “sob tremenda pressão para sobreviver como um povo de cultura e história ancestrais.” Ele pediu à comunidade internacional que vá ao Tibete e documente o genocídio que ocorre lá.