Seu mandato no poder até o momento tem sido definido pela luta contra uma facção rival, e agora Xi Jinping colocou os membros do Partido Comunista Chinês em alerta advertindo que o próprio divisionismo tem de acabar.
Na última reunião do Politburo em 2014, o líder chinês Xi Jinping anunciou que em 2015 haveria tolerância zero para facções políticas dentro do Partido Comunista Chinês (PCC).
Ele também comentou que a campanha anticorrupção em andamento, lançada logo após ele se tornar secretário-geral do PCC em novembro de 2012, continua “difícil e complicada”, informou a mídia estatal chinesa Xinhua.
As investigações continuarão nas mãos dos serviços centrais e locais do Comitê de Inspeção Disciplinar, que Xi Jinping chamou de uma “espada” que deve ser bem utilizada.
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Pelo menos um comentarista, Liu Dong, expressou ceticismo sobre o objetivo de Xi.
“Eliminar as facções dentro de um partido de mais de 80 milhões de membros é uma missão impossível”, disse Liu em entrevista com a Radio Free Asia (RFA) em 29 de dezembro. “Ter uma única mente e uma única voz está simplesmente fora de questão – isso não é prático e contraria a natureza humana.”
“Anticorrupção é simplesmente outra palavra para as disputas políticas internas – não querer outros inimigos políticos para desafiar o seu poder”, acrescentou Liu.
Em 2014, muitos funcionários de alto escalão – em destaque, o ex-chefe da segurança pública Zhou Yongkang e o general Xu Caihou – foram eliminados do PCC.
A lista de 55 “tigres”, oficiais poderosos do regime que foram purgados nos últimos dois anos, segundo publicado pela mídia estatal Xinhua em outubro, é predominantemente de indivíduos vinculados ao ex-líder chinês Jiang Zemin.
Facções no PCC não são movidas por ideologia, segundo Xia Ming, professor de ciência política da Universidade da Cidade de Nova York, numa entrevista com a RFA.
“Após o colapso da ideologia, funcionários do regime formam grupos baseados unicamente no interesse”, disse Xia. “Quando um funcionário corrupto é pego, ele está geralmente ligado a um grupo que trabalha em conjunto para obter ganhos ilegítimos.”
Xia Xiaoqiang, um comentarista do Epoch Times, num artigo de opinião intitulado “A lista dos funcionários que mais provavelmente serão removidos em 2015”, previu em ordem cronológica que funcionários do PCC seriam removidos: Guo Boxiong, Liu Yunshan, Zeng Qinghong e Jiang Zemin.
Primeiro, Guo Boxiong, um ex-comandante militar e vice-presidente do Comitê Militar Central, teria de ser removido para que Xi Jinping tenha melhor controle dos militares.
Segundo, Liu Yunshan, o chefe do Departamento Central de Propaganda do PCC, que já foi visitado por uma equipe do Comitê Central de Inspeção Disciplinar em 12 de dezembro.
Terceiro, Zeng Qinghong, um aliado de longa data do ex-líder Jiang Zemin e do político desgraçado Bo Xilai, teria de ser removido para pavimentar o caminho para derrubar o último e maior “tigre” Jiang Zemin.
Jiang Mianheng, o filho de Jiang Zemin, apelidado de “Rei das Telecomunicações” na China, poderia ser o próximo na linha de investigação após altos executivos na indústria de telecomunicações da China terem sido presos recentemente.