Numa reunião do Partido Comunista Chinês (PCC) na quarta-feira, apenas um dia antes do início do 18º Congresso Nacional na China que verá uma mudança da liderança que ocorre uma vez a cada década, altos dirigentes foram informados que as lições recentes sobre casos de corrupção em altos níveis são “profundas”, mas salientaram que o regime do PCC sobre o país permanecerá inalterado.
“Os problemas [de Bo Xilai, um político chinês desgraçado, e de Liu Zhijun, um ex-ministro das ferrovias que enfrenta acusações de corrupção] são casos graves de corrupção entre os camaradas dirigentes do PCC e as lições são profundas”, disse Cai Mingzhao, porta-voz do Congresso, a uma coletiva de imprensa na quarta-feira, informou a mídia estatal Xinhua. O 18º Congresso do PCC abrirá na quinta-feira e durará cerca de uma semana.
No entanto, Cai Mingzhao disse que “quando realizando reformas estruturais políticas na China, o PCC deve levar em consideração a realidade nacional da China”, segundo a Xinhua. Ele disse que o papel da liderança suprema do PCC “não deve vacilar nem um pouco”.
“Nós devemos ser intimidados por qualquer risco ou confundidos por qualquer distração”, continuou Cai Mingzhao.
Xi Jinping, o indicado próximo líder supremo do PCC, será o secretário-geral do 18º Congresso Nacional. Enquanto isso, um Congresso presidido por 247 membros também foi aprovado, informou a imprensa estatal.
Bo Xilai foi recentemente expulso do Partido Comunista após os líderes chineses concluírem uma reunião a portas fechadas no início da semana. Liu Zhijun foi demitido de sua posição no ano passado, enquanto ambos estão programados para irem a julgamento num futuro próximo.
O Comitê Central de Inspeção Disciplinar, que investiga oficiais corruptos, produziu dois relatórios sobre Bo Xilai e Liu Zhijun, informou uma fonte ao Epoch Times na terça-feira. A fonte descreveu o conteúdo do relatório como “chocante” e “volumoso”.
Há 2.325 delegados e convidados que participarão do Congresso Nacional na quinta-feira. Enquanto isso, 2.732 jornalistas nacionais e estrangeiros participarão da reunião.
Cai Mingzhao também disse a mídia estatal que os delegados e convidados especiais selecionarão os membros do Comitê Central do Partido Comunista por meio de uma “eleição competitiva”, disse a Xinhua. As declarações de Cai Mingzhao parecem corroborar observações feitas anteriormente por uma fonte que o PCC está tentando promover uma “democracia intrapartidária”. Ainda não está claro o quão genuinamente democrática será a eleição.
A fonte também disse que os assentos do Politburo, o órgão decisório mais poderoso de regime político chinês, poderão ser reduzidos de 25 para 22 membros e o Comitê Permanente será reduzido de nove para sete.
A mídia do regime Diário do Povo informou que o Salão Memorial Mao Tsé-tung seria fechado para atividades na Praça da Paz Celestial (Tiananmen).
Internautas chineses foram ao popular website de mídia social chinesa Sina Weibo, similar ao Twitter, e cutucaram os recentes anúncios do PCC sobre o Congresso Nacional.
“É impossível resolver o problema da corrupção com a política [comunista] de partido-único, assim como não é possível ir ao banheiro sem abaixar as calças”, disse um internauta chinês.
Um blogueiro do Weibo de pseudônimo “Caderno Notas”, que tem cerca de 420 mil seguidores, disse que, para evitar ser censurado durante o período do próximo Congresso Nacional, “Eu usarei um novo tema do Weibo que me protegerá para sempre da censura.” O usuário exibia um tema em letras grandes e destacadas dizendo “Dando as boas-vindas ao 18º Congresso Nacional”, usando um martelo e foice radiantes e dourados, fogos de artifício e um fundo vermelho brilhante usado na propaganda do PCC.
Com reportagem de Jack Phillips.
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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.