Nos últimos 24 anos, o marido da Sra. Feng Guirong tem sofrido de rins policísticos, fígado policístico, episódios de trombose, derrame cerebral, uremia, tumor na hipófise e Mal de Parkinson. Os médicos diagnosticaram sua doença como terminal em numerosas ocasiões. Com amor e com a atitude de “nunca desistir”, ela salvou o marido da beira da morte inúmeras vezes. Ela não é médica, porém, acredita na medicina chinesa, e usando os tratamentos em si mesma, presenciou milagres em muitas ocasiões.
O Yanzhao Metropolitan News reportou que na segunda, terça e sábado de cada semana, um casal idoso e seu filho chegam à sessão de diálise do Instituto de Medicina do Carvão do Norte da China, na cidade de Tangshan, província de Hebei. O Sr. Dong Dazhao, de 64 anos, é carregado pelo filho e pela esposa de 62 anos. A cada viagem, a Sra. Feng tem de carregar o marido pelo menos oito vezes. Gotas de suor caem de sua face, ainda sim, ela se mantem otimista.
A Sra. Feng casou com o Sr. Dong em 1972. Em 1986, o Sr. Dong, aos 42 anos, começou a sofrer de ataques de trombose e do coração. Com os cuidados da esposa, ele foi capaz de voltar ao trabalho em seis meses.
Em 1997, o Sr. Dong teve uma lesão no tronco cerebral. Ele se recuperou e foi capaz de se levantar devido aos intensos cuidados da esposa. Dois anos depois, ele sofreu um derrame cerebral e foi diagnosticado com uremia, doenças cardíacas e Mal de Parkinson. A Sra. Feng não desistiu. Ela confortava a sogra dizendo, “Enquanto eu estiver aqui, Dazhao irá sobreviver e viver bem.”
A Sra. Feng tinha paixão por medicina chinesa quando era pequena, mas não recebeu nenhum treinamento formal. Ela era membro da equipe de logística do Hospital do Distrito de Fengnan, na cidade de Tangshan. Depois que seu marido ficou doente, especialmente depois que ele foi diagnosticado com uremia, a Sra. Feng começou a ler livros sobre medicina. Em seu tempo livre, enquanto cuidava do marido, ela terminou de estudar o “Cânone Interno do Imperador Amarelo”, um antigo texto de medicina chinesa que data possivelmente do século 1 a.C.; o “Compêndio de Matéria Médica” de Li Shizhen (1518-1593), que documentou dezenas de milhares de prescrições com mais de 1.000 ilustrações; e “Fórmulas Essenciais para Emergências que Valem Mil Peças de Ouro” de Sun Simiao (581-682), autor da primeira enciclopédia chinesa para prática clínica. Lendo estes textos, ela foi capaz de prescrever ervas e remédios para tratar as diferentes situações do marido.
Em 1997, ela começou a experimentar cada sopa medicinal que preparava para o marido por sete dias seguidos. Apenas quando ela achava que a sopa iria funcionar no marido é que ela o alimentava com a sopa. Segundo a teoria de Wang Qingren, um renomado estudioso de medicina chinesa da Dinastia Qing, um infarto é causado devido à deficiência de qi e sangue, por isso, ele desenvolveu uma sopa de ervas inovadora que suplementa o qi yang de uma pessoa. Foi essa receita que permitiu seu marido ficar de pé novamente após sofrer um infarto no tronco cerebral.
Em 1999, seu marido foi diagnosticado com uremia. A abordagem usual seria realizar diálise ou transplante renal. No entanto, seu marido tem doença policística renal hereditária, então, um transplante renal não funcionaria. A Sra. Feng conversou sobre a situação do marido com o médico coordenador e iniciou naquele ano um tratamento principalmente com medicina chinesa.
A Sra. Feng aprendeu dos ensinamentos de Li Gao, um renomado estudioso de medicina chinesa das dinastias Jin e Yuan, que os problemas de baço e estômago tendem a bloquear os nove aberturas do corpo humano; enquanto a insuficiência renal é o resultado da deficiência de qi e sangue. Seguindo esta teoria, a Sra. Feng se concentrou na geração e circulação de qi e sangue. Por dez anos inteiros, seu marido, apesar da uremia, foi capaz de sobreviver apenas com a medicina chinesa sem ter de passar por qualquer diálise. Seu caso é um verdadeiro milagre entre os pacientes renais. Em 2009, outras complicações se desenvolveram, e então seu marido precisou se submeter à diálise.
Em 2000, seu marido também desenvolveu um tumor na hipófise. Os médicos disseram a Sra. Feng que seu marido logo perderia a visão nos dois olhos. Não se esperava que ele vivesse mais do que três anos depois disto. No entanto, contando exclusivamente com a medicina tradicional chinesa, o Sr. Dong continua vivo dez anos depois. Além disso, sua visão é melhor do que a de muitos de sua idade.
Em 2008, a doença do Sr. Dong piorou inesperadamente. Os médicos declararam que ele era terminal. A Sra. Feng, no entanto, não desistiu, e, baseada em seus anos de experiência, quadruplicou as doses que estava dando ao marido. Miraculosamente, 24 horas depois de ter dado a medicação chinesa que ela havia preparado, ele expeliu uma urina marrom escura e foi trazido de volta da beira da morte em sete dias.
Enquanto lia sobre como tratar o marido, a Sra. Feng descobriu que Sun Simiao e outros estudiosos da medicina chinesa prestavam uma atenção especial no momento em que o remédio havia sido administrado. Ela desenvolveu a Teoria do “Fluxo e Refluxo da Meia-Noite e do Meio-Dia” no qual um dia é separado por 12 intervalos iguais de duas horas. O intervalo Zi ocorre de 23:00 à 1:00 a.m., enquanto o intervalo Wu é de 11:00 a.m. às 13:00. Cada um dos 12 intervalos corresponde à abertura e fechamento de um meridiano do corpo humano: Zi corresponde à vesícula biliar, Chou (1:00 a.m. às 3:00 a.m.) corresponde ao fígado, e assim por diante.
Na última década, a Sra. Feng tem dormido por seis horas ou menos por noite. Ela administra os remédios ao marido em determinados intervalos de tempo. Ela também o massageia para melhorar a circulação do qi e do sangue. Além isso, ela tem prestado atenção às mudanças sazonais e inclusive utiliza diferentes receitas durante os horários da manhã e da noite.
Em 2008, após anos de estudos individuais e prática, a Sra. Feng Guirong passou nos exames nacionais e ganhou um diploma em medicina chinesa quando tinha 60 anos de idade. A Sra. Feng frequentemente diz aos outros, “Quando uma tigela de porcelana está quebrada, nós a concertamos para que fique completa. Uma família também é assim. Enquanto meu marido estiver aqui, minha família está completa.”