Leste emergente versus Oeste em recuperação

22/04/2012 03:00 Atualizado: 22/04/2012 03:00

Rua Krakowskie Przedmiescie na capital de Varsóvia, Polônia, aproximando da coluna de Zygmunt na Praça do Castelo. Embora o risco em investir no Leste Europeu seja mais elevado, o forte crescimento sugere altos retornos. (Jan Jekielek/The Epoch Times)A Europa virou de cabeça para baixo por causa da crise financeira, em seguida, foi colocada em posição de recuperação, mas depois, em vez de recuperar-se, foi virada outra vez pela crise da dívida pública.

As pessoas perderam milhões em maus investimentos imobiliários, e os investidores que emergiram quando a poeira assentou eram um grupo muito mais cauteloso, que tem se concentrado na segurança acima dos lucros. Durante algum tempo isso pôs os mercados emergentes em desvantagem, mas como o otimismo mais uma vez substitui o medo e a dúvida na mente dos investidores estrangeiros, o forte crescimento dos mercados emergentes está novamente atraindo atenção.

Mercados emergentes do Leste Europeu estão oferecendo atualmente algumas perspectivas interessantes, mas ao mesmo tempo há a França e a Alemanha, com um crescimento econômico sólido e, definitivamente, ganhando do lado da segurança. Então, qual é o melhor?

Polônia e Eslováquia

Polônia e Eslováquia estiveram entre os primeiros países da Europa a entrar em recuperação e têm sido as duas economias em mais rápido crescimento na Europa nos últimos 2 anos. Digo recuperação, mas a Polônia na verdade nunca viu recessão, apenas crescimento mais lento. De acordo com o CIA World Factbook, a taxa de crescimento do PIB da Polônia desacelerou de 5,1% em 2008 para 1,6% em 2009, em seguida, acelerou de novo para 3,8% em 2010 e o mesmo novamente em 2011.

Segundo a mesma publicação, o crescimento do PIB eslovaco desacelerou de 5,8% em 2008 para -4,8% em 2009, antes de retomar 4% em 2010 e 3,3% em 2011.

Esse forte crescimento econômico é atualmente raro na Europa (e em todo o mundo, exceto na Ásia). Ambos também se beneficiam de estar na UE, e de todos os acordos de visto livre e livre comércio que vêm acompanhados, e a Polônia também se beneficia de não estar na UE.

O índice do Guia Global de Propriedade de Q4 2010 mostra que os preços dos imóveis na Polônia e Eslováquia estão contraindo após a inflação nos últimos 2 anos, significando que há bastante espaço para crescimento nas economias emergentes.

Letônia e Romênia

Letônia chegou ao fundo no primeiro trimestre (Q1) de 2010, e desde então passou de penúltima na tabela do Guia Global de Propriedade com os preços em queda de mais de 50%, para segunda no topo em Q4 2011 com preços 10% acima em 2 anos. O crescimento começou com crescimento homólogo de 9,38% em Q2 2010, e terminou o ano com 8,36% positivo. Em seguida, o crescimento tornou-se moderado em 2011 e os preços terminaram o ano em 0,56% positivo. O crescimento foi estimulado pela recuperação na economia.

Romênia é definitivamente um lugar para se prestar atenção. Os preços das casas caíram acentuadamente nos últimos 2 anos, com alguns agentes indicando quedas de até 50% em algumas áreas. E agora a economia está se recuperando bem. Segundo o Eurostat, a economia romena teve crescimento relativo de 1,3% no 1º trimestre, 1,9% no 2º, 4,4% no 3º e 2,1% em Q4. Com a economia crescendo agora e os preços das casas ainda em queda, podemos esperar uma reviravolta semelhante na Romênia, como foi visto na Letônia.

Ambas se beneficiaram de estar fora da zona do euro e de todos os riscos associados com ele.

Investimentos em propriedade ascendentes

Agora, o investimento no Leste Europeu, incluindo os mercados listados acima, bem como a República Checa, está subindo. De acordo com um relatório recente da Cushman & Wakefield, 6,1 bilhões de euros foram investidos em imóveis comerciais em todos os mercados listados acima, incluindo a Hungria e a República Checa ano passado, bem mais que o dobro dos 2,1 bilhões de euros investidos em 2010.

Oriente emergente:

Positivo: Forte crescimento, preços baixos, fora do euro, sem crise da dívida, alta liquidez.
Negativo: Mercados jovens, baixa regulamentação, volátil, alto risco.

Guindastes de construção são vistos em frente ao porto de Hamburgo em 20 de outubro de 2011. A confiança de fortes investidores no Oeste Europeu levou a uma recuperação mais rápida. (Odd Andersen/AFP/Getty Images)Alemanha e França

Como eu disse, a crise financeira fez da segurança a consideração número um da maioria dos investidores, o que para a maioria deles significava investir apenas em mercados estabelecidos. Esta tendência fez com que esses mercados se recuperassem mais rapidamente numa espécie de profecia autorrealizável.

Primeiro, mercados como Portugal e Itália, onde os preços foram reduzidos pela crise, foram os favoritos, mas desde que a crise da dívida pública puxou-os para baixo junto com a Irlanda e a Grécia, França e Alemanha se tornaram os favoritos dos investidores.

A Alemanha teve a maior recuperação na Europa desenvolvida (no oeste em recuperação) com 3,6% de crescimento do PIB em 2010 e 2,7% em 2011, após uma contração 5,1% em 2009. Na Alemanha, a maioria da população vive em casa alugada, e por isso o governo controla rigorosamente os aumentos dos alugueis. Quando a economia está crescendo, os alugueis aumentam. Além disso, porque os preços alemães são contidos pelos alugueis, não houve bolha ou ruptura, e o fato de que a propriedade provou-se capaz de manter seu valor também foi uma enorme vantagem para a propriedade alemã.

Knight Frank, um indicador global de preços de imóveis, mostra que depois de uma contração de apenas 1,7% em Q4 2009, os preços das casas alemãs cresceram 3% em Q4 2010 e 5,4% em Q4 2011, deixando os preços 6,7% acima nos últimos 3 anos. Esta combinação de crescimento econômico, do aluguel e dos preços, e a segurança de investir no mercado mais estabelecido da UE, fez a Alemanha ser uma favorita dos investidores.

Da mesma forma, a economia francesa também tem uma forte recuperação da crise, com a contração de 2,5% em 2009, seguida de crescimentos de 1,7% e 1,5% em 2010 e 2011, respectivamente (dados do CIA World Factbook), e o mercado imobiliário francês também se recuperou fortemente. De acordo com o indicador Knight Frank, os preços dos imóveis franceses contraíram 4,4% em Q4 2009, mas se recuperam com um crescimento de 9,5% em 2010 e 4,3% em 2011, deixando os preços 8,8% acima nos últimos 3 ano.

França e Alemanha também são favoritas, porque não foram apanhadas pela crise da dívida pública.

Suíça

Suíça também tem se beneficiado enormemente do desejo dos investidores de escolher um mercado seguro estabelecido, bem como de sua forte recuperação da crise financeira, e da distância da crise da dívida pública, que é ainda mais acentuada na Suíça porque não adoptou o euro. De acordo com o CIA World Factbook, após uma contração de 1,9% em 2009, a economia suíça cresceu 2,7% e 2,1% respectivamente em 2010 e 2011.

Enquanto isso o indicador Knight Frank mostra que os preços da propriedade suíços continuaram a crescer durante a crise financeira, com um aumento de 6,9% em 2009, um crescimento de 5,2% em Q4 2010 e 5,5% em Q4 2011. No entanto, o índice do Guia Global de Propriedade mostra que após a inflação os preços dos imóveis suíços cresceram 0,8% em 2010, e 4,9% em 2011.

O vencedor geral

Como sempre acontece com o investimento em imóveis, a melhor escolha dependerá sempre do investimento individual feito, ou melhor, suas razões para investir e o que é esperado alcançar com o investimento. Se você estiver procurando por preços baixos e crescimento elevado, e dispostos a aceitar um risco um pouco maior a fim de obtê-lo, então o Leste emergente é onde você deve ir, mas se você estiver disposto a aceitar retornos menores, visando investimentos de baixo risco, então o Oeste em recuperação é seu alvo.

Liam Bailey é um escritor freelance do Reino Unido, ele segue o trabalho da empresa de mercado de imóveis estrangeiros Select Resorts, especialistas em propriedade na Turquia.