Aguardando o anúncio do Nobel da Paz de 2013, os Repórteres Sem Fronteiras lembraram o dissidente chinês Liu Xiaobo, laureado de 2010 e que completa seu sexto ano de prisão na China em dezembro.
Notavelmente ausente na cerimônia que lhe concedeu o prêmio, Liu Xiaobo cumpre uma pena de 11 anos na Prisão Jinzhou em Dalian, província de Liaoning, leste de Pequim.
Liu Xiaobo é um dos fundadores da “Carta 08”, um ousado apelo público por reformas políticas fundamentais, democracia e direitos humanos na China. O texto provocou a acusação de “incitar a subversão do poder do Estado”. As críticas severas de Liu Xiaobo ao governo chinês em seus escritos e trabalho informativo online levaram à perseguição oficial sistemática e prisões sucessivas.
“Mantemos Liu Xiaobo e sua esposa Liu Xia em nossos pensamentos”, disseram os Repórteres Sem Fronteiras (RSF). “Eles personificam a coragem e a determinação dos dissidentes e defensores dos direitos humanos na China. Apelamos aos laureados do Prêmio Nobel da Paz do passado e do futuro e, principalmente, à União Europeia, para fazerem toda a pressão necessária sobre o governo de Pequim pela libertação de Liu Xiaobo.”
A organização acrescentou que a prisão de Liu Xiaobo não deve ser considerada um golpe fatal para as causas que ele representa. “Pelo contrário, cada dia que passa na prisão, bem como todas as limitações colocadas sobre a liberdade de Liu Xia e de outras pessoas próximas a eles, deve servir como uma oportunidade para denunciar as violações das liberdades fundamentais, especialmente da liberdade de informação, pelas quais o governo chinês é responsável.”
A China está classificada na 173ª posição entre 179 países no Índice de Liberdade de Imprensa dos RSF. Até um mês atrás, 70 internautas e 29 jornalistas estavam presos na China comunista, além de centenas de milhares em campos de trabalho forçado, centros de lavagem cerebral, “prisões negras” que detêm peticionários, etc.