Lembranças brutais da China marcam Dia Antitortura

29/06/2012 05:00 Atualizado: 29/06/2012 05:00

Zhang Lianying em dezembro de 2007, uma semana depois de ser liberada do campo de trabalho forçado. (Cortesia do Minghui.ca)A história da tortura de Zhang Lianying soa como algo saído de um livro de história medieval, quando as pessoas eram arrastadas e esquartejadas por alta traição. Zhang foi pendurada pelos pulsos, com as pernas amarradas e recebeu chutes em lugares sensíveis de guardas prisionais de botas. Isso foi há apenas alguns anos, seu único “crime” era sua fé.

Edward McMillan Scott, o vice-presidente do Parlamento Europeu, publicou o vídeo-testemunho de Zhang em seu website recentemente, como uma forma de marcar o ‘Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura’, criado pelas Nações Unidas e que cai em 26 de junho.

Zhang pratica o Falun Gong, uma disciplina espiritual chinesa que tem sido perseguida na China desde 1999. Um apoiador de longa data da prática e um oponente franco de sua supressão, em 2006, Scott viajou à China, onde teve um encontro clandestino com o marido de Zhang e outro aderente do Falun Gong, Cao Dong. Apesar das precauções extremas, seu marido e Cao foram posteriormente detidos e torturados por falarem sobre a perseguição.

“A China continua a ser o pior perpetrador de tortura de seu próprio povo. A maioria das vítimas é totalmente inocente e é punida por suas crenças religiosas ou políticas”, disse Scott num comunicado.

Em sua declaração em vídeo, Zhang discute seu calvário na China e eventual fuga para os Estados Unidos. Ela também fornece uma lista de 50 Passos de Tortura a que ela foi submetida continuamente durante os sete anos que esteve presa.

Os métodos incluem estrangulamento, isolamento na escuridão, alimentação forçada, privação de sono, uso negado do banheiro, exposição a temperaturas baixas extremas no inverno e sol escaldante no verão, arrancar seus cabelos, amarrá-la por dias, ser algemada por longos períodos, ser posta sentada num banquinho durante 20 horas por dia, perfurar as solas dos pés com objetos cortantes e dezenas de outros. Zhang disse que experimentou pessoalmente todos eles.

O pior, escreveu ela, foi ser asfixiada com toalha de papel molhado, “que ainda me dá calafrios de lembrar”. Ela foi quase sufocada até a morte nove vezes. Cada vez que ela ficou inconsciente, ele se tornava incontinente e seu corpo afrouxava; seus algozes, em seguida, removiam a toalha de seu nariz e boca e, então, faziam tudo de novo. “A dor era tão severa que eu sentia que ia explodir”, escreveu ela.

Agora, Zhang está segura nos Estados Unidos. A única vez que ela aparece no vídeo quase em lágrimas é quando ela discute o fato de que a perseguição ainda ocorre.

“Em janeiro de 2011, minha família conseguiu escapar para os Estados Unidos e minha filha começou a sorrir. No entanto, a cada dia, há muitos casos de tortura, até mesmo o assassinato de praticantes do Falun Gong”, diz ela próximo do fim.

Zhang continuou, “A perseguição brutal tem sido realizada há 13 anos com o propósito de destruir a crença de 100 milhões de praticantes do Falun Gong na verdade, compaixão e tolerância e para destruir a consciência humana e a bondade. Espero, sinceramente, que o Parlamento Europeu e a União Europeia tomem medidas para trazer a justiça de volta a este mundo. Obrigado!”