O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe fez campanha com uma plataforma para estimular o crescimento por meio de metas de inflação. Para realizar esta política, Abe nomeará o acadêmico Haruhiko Kuroda como próximo chefe do Banco do Japão, que representaria uma política monetária bastante flexível, segundo um relatório da mídia japonesa Nikkei em 25 de fevereiro.
O ex-ministro das finanças que fez campanha por uma meta formal de inflação em 2002 é visto como a pessoa ideal para conduzir a nova política monetária do Japão.
Richard Howard, estrategista-chefe da Hayman Capital, um fundo de cobertura, previu este desdobramento. “O Banco do Japão (BJ) efetivamente submeteu sua independência ao governo japonês. […] Estamos vendo uma mudança na direção do BJ. O anúncio da meta de inflação de 2% é um enorme passo adiante. O próximo passo é ter um governador […] que esteja comprometido em executar essa tarefa”, disse Howard ao Epoch Times em 7 de fevereiro.
O Banco do Japão anunciou em janeiro que começaria a comprar 145 bilhões de dólares em títulos do governo a partir de janeiro de 2014 para atingir a meta de inflação de 2%. Masaaki Shirakawa, o diretor que deixa o BJ, já anunciou este mês que deixaria o cargo em 19 de março, após presidir sua última reunião em 6-7 de março.
De forma alguma um conservador monetário, Shirakawa é considerado mais moderado do que Kuroda, razão pela qual o primeiro-ministro Abe pressionou pela mudança, apesar do desacordo dos partidos da oposição.
Os mercados reagiram bem à notícia, com o índice Nikkei subindo 221 pontos ou 1,95%, fechando em 11.608 em 25 de fevereiro. O iene japonês perdeu terreno face ao dólar na tarde de comércio de Nova York em 24 de fevereiro. O dólar subiu de 93,4 para 94,4 ienes poucos minutos após os primeiros rumores da nomeação virem à tona.
Apesar da boa reação dos mercados, há riscos associados com esta política de flexibilização monetária, diz Richard Howard.
“O problema com a tentativa de criar inflação é que a dívida será mais difícil de atender. A esperança é que a inflação gere crescimento nominal suficiente para satisfazer o aumento dos custos de manutenção da dívida”, diz ele e prevê que o iene enfraquecerá ainda mais.
“Esperamos que o iene desvalorize a partir daqui e que a taxa de juros suba de forma acentuada e súbita em algum momento nos próximos dois anos.”
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