O surpreendente kudzu é uma leguminosa (Pueraria lobata), encontrada originalmente na Ásia, mas abundante no Sul dos Estados Unidos.
Com ele os sulistas norte-americanos tecem cestos ou o utilizam para cuidar dos rebanhos de cabras e gado. O crescimento desta leguminosa é tão rápido que pode cobrir as máquinas que estão no campo e pequenas construções numa única temporada.
Cada planta cresce pelo menos 30 cm por semana. Depois de ver os campos cheios de kudzu quando viajava pelo Sul dos EUA num trem, me surpreendi ao escutar uma amiga dizer que ela preferia um frasco de pílulas de kudzu a cigarros eletrônicos para deixar de fumar.
Ela disse que quando pesquisava num website de suplementos vitamínicos viu um frasco que tinha uma etiqueta dizendo “Bom para eliminar vícios”. Eram pílulas de kudzu. Ao tomar uma pílula três vezes ao dia, ela percebeu que o kudzu a fez se esquecer de fumar.
Mesmo não tendo ainda estudos científicos específicos sobre a relação do hábito de fumar e o kudzu, cientistas estão chegando a explicações sobre o mecanismo de alívio que esta substância produz nos viciados.
A reação envolveria a pueraria, um componente importante do kudzu. Ela interfere no acoplamento de certas substâncias aos neurorreceptores no cérebro, o que diminui o desejo de fumar.
Estudos sobre o alcoolismo demonstram que o kudzu também possui um mecanismo de ação completamente diferente. Ele elimina um subproduto tóxico do álcool no fígado da pessoa.
Há centenas de anos os chineses já conheciam a cura da ressaca provocada pelo álcool, que se explica por meio deste mecanismo. Mesmo reconhecendo os efeitos positivos do kudzu e da pueraria, pesquisadores ainda não estão certos de por que isto ocorre.
Em 1998, houve um estudo sobre o alcoolismo na Universidade de Harvard. Foram feitas experiências com camundongos, nas quais dava-se a eles uma quantidade equivalente a uma pessoa bebendo 5 taças de vinho por dia. Descobriu-se que após a ingestão de kudzu os roedores preferiam tomar água.
Houve outro estudo em 2005, com alcoólatras, no Hospital Mclean, afiliado à Universidade de Harvard. Quatorze alcoólatras que bebiam 3 a 4 cervejas por dia se inscreveram para o estudo.
O laboratório foi equipado com uma sala de estar e um frigobar contendo as bebidas favoritas de cada um. Foi dado extrato de kudzu a sete deles todos os dias durante uma semana. Os outros sete tomaram placebo. Aqueles que tomaram kudzu beberam metade do que consumiam normalmente.
Eles também beberam mais lentamente e demoraram muito mais tempo para beber cada garrafa. O grupo que tomou placebo bebeu o mesmo de costume, isto é, 3 garrafas e meia de cerveja.
Na semana seguinte, inverteram-se os grupos. Os que haviam tomado placebo receberam Kudzu e aqueles que tinham tomado kudzu receberam placebo. Novamente, aqueles que ingeriram kudzu beberam metade das cervejas, exceto uma pessoa que parecia não ser afetada pelo kudzu.
O efeito medicinal desta planta parece ser o de induzir à moderação. Minha amiga não deixou completamente de fumar, porém passou a fumar somente 3 a 5 cigarros por dia. Os alcoólatras, incluindo os camundongos, beberam metade do que costumavam.
O kudzu comprado online parece não funcionar, a não ser os que contêm 30-40% do extrato de kudzu. Em tal caso, recomenda-se tomá-lo 2 a 3 vezes ao dia.
Os asiáticos têm usado o kudzu na medicina por milhares de anos. Na China ele se chama ‘ge gen’ e, durante a Dinastia Han Ocidental (206 a.C. – 9 d.C.), ele foi definido como uma das 50 ervas fundamentais do “Cânone de Shen Nong”. A planta era comumente utilizada para tratar viciados em álcool, mas não para a ressaca dos mesmos, e sim, para outros problemas que afetam também outros órgãos e sistemas.
No Japão, a planta se chama ‘kuzu’ e tem muitas utilidades, como na comida, na produção têxtil e na fabricação de remédios.
Louise McCoy, Epoch Times