Kou Zhun (961-1023) serviu como chanceler na Dinastia Song da China e se distinguiu não apenas por ser um funcionário capaz, um grande orador e crítico perspicaz, mas principalmente por sua honestidade e retidão.
O pai de Kou Zhun morreu quando ele era criança e sua mãe o criou sozinha, trabalhando como costureira para ganhar a vida. Esse foi um período difícil para ambos, especialmente para sua mãe, no entanto, ela tinha grande afeto por Kou Zhun. Numa ocasião, quando o jovem Kou Zhun começou a desenvolver interesses levianos e buscar prazeres materiais, sua mãe se enfureceu e jogou um peso contra Kou Zhun, acertando-o no pé. Mãe e filho ficaram chocados com o sangramento e ela tratou a lesão com lágrimas, mas este acidente despertou Kou Zhun e ele decidiu estudar com afinco.
Kou Zhun passou no exame imperial e se tornou um oficial do governo. Nesta época, sua mãe estava gravemente doente e, antes de morrer, ela entregou a um servo de longo tempo um quadro pintado por ela e pediu-lhe que apresentasse a pintura a Kou Zhun se ele se perdesse na vida de luxo.
Anos mais tarde, Kou Zhun se tornou chanceler e seu interesse pelo luxo foi reacendido por seu poder. Um dia, quando planejava realizar um banquete para comemorar seu aniversário, o velho servo, julgando que a hora certa havia chegado, apresentou a pintura deixada pela mãe de Kou. Na pintura havia um poema escrito pela mãe de Kou aconselhando-o a não esquecer as dificuldades que tiveram e as tribulações semelhantes que a maioria das pessoas ainda enfrentava. Comovido, Kou Zhun imediatamente cancelou sua festa e retornou os presentes recebidos.
Kou Zhun foi íntegro e honesto em seu gabinete. Na primavera de 991 d.C., houve uma seca severa que durou meses. O imperador reuniu todos os ministros para discutir uma solução. Quando perguntado sobre sua opinião, Kou respondeu: “Acreditamos que o céu favorece uma sociedade justa. Para mim, a seca é um sinal do céu de que há injustiças que precisam ser investigadas.”
Na época, o irmão de um ministro recebeu uma punição muito branda por cometer uma corrupção grave, enquanto um oficial de baixa posição foi executado por um delito menor. Ouvindo isso, o ministro da justiça ficou petrificado com a revelação e se ajoelhou implorando por misericórdia ao imperador. O comportamento de Kou nesse caso também enviou uma clara advertência a outros funcionários corruptos.
Quando a Dinastia Song foi atacada inesperadamente pelos khitan do Norte, enquanto alguns sugeriram ao imperador que suas forças recuassem, Kou Zhun convenceu-o a visitar a frente de batalha para elevar o moral das tropas. Devido a esse encorajamento, as tropas de Song conseguiram recuperar-se de uma posição desvantajosa na batalha, o que resultou no Tratado Chanyuan.
Embora Kou Zhun fosse prestigiado e poderoso, ele teve uma vida simples em suas décadas de trabalho na corte. Um de seus bons amigos, Wei Ye, descreveu-o num poema como um poderoso chanceler sem uma casa na terra que governava. O poema foi tão amplamente difundido que até mesmo o mensageiro de uma tribo do Norte perguntou a respeito numa visita à capital da Dinastia Song.
Kou Zhun é lembrado como um primeiro-ministro nobre e exemplar na história chinesa.
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