Eastman Kodak Co., a empresa icônica de imagem de 131 anos, está declaradamente à beira da falência após registrar exorbitante perda anual desde 2007.
A companhia situada em Rochester, Nova York, se prepara para declarar falência de acordo com o Capítulo 11 nas próximas semanas, segundo um artigo do Wall Street Journal citando fontes bem informadas.
Se for verdade, a queda da Kodak seria uma chocante inversão de fortuna para a companhia, que em certo ponto controlou mais de 90% do mercado de fotografia e foi saudada como uma potência de pesquisa e desenvolvimento. Ela foi uma componente do Índice Industrial Dow Jones, que identifica as principais corporações norte-americanas, por décadas até 2004.
Hoje, o preço unitário de suas ações está em torno de 40 centavos de dólar e recentemente ela recebeu um aviso de saída da Bolsa de Nova York, por suas ações terem ficado abaixo de 1 dólar por vários dias.
Na última quinta-feira, o Serviço de Investidores Moody rebaixou todas as formas de dívida da Kodak citando “alta probabilidade de que a companhia irá à falência”.
Fotografia digital
Analistas dizem que a principal razão da queda da Kodak é a fotografia digital, que ironicamente foi inventada pela própria Kodak em 1975.
Como uma inovadora no início da fotografia digital – as primeiras fotografias digitais eram gravadas em fita – a Kodak falhou em capitalizar totalmente a tecnologia e ficou para trás, mesmo que seus concorrentes e outros recém-chegados no mercado elogiassem a tecnologia décadas mais tarde.
Mas sem filme e sem impressão, a fotografia digital teria tornado a Kodak e seus negócios na época obsoletos e, para uma companhia que contava com o filme fotográfico para a maior parte de seu lucro, faltava incentivo para digitalizar sua tecnologia.
Como a empresa se aproxima da proteção contra falência, um relatório feito pela MarketWatch na semana passada disse que a empresa planeja arrecadar fundos com a venda de cerca de mil de suas patentes em tecnologia de fotografia digital.
A Kodak, como proprietária de tais patentes, seria capaz de gerar pagamentos de royalties de fabricantes de câmeras e de smartphones.
Lições aprendidas
O tropeço da Kodak está longe de ser raro no mundo dos negócios.
Na verdade, sua vizinha em Rochester, a Xerox Corp., chegou a possuir o monopólio virtual da fotocópia, do processamento de imagem e da computação. O Centro de Pesquisa de Palo Alto (PARC) da Xerox é conhecido por inventar a tecnologia por trás do mais utilizados produtos de computação de hoje. Mesmo que a Xerox continue sendo uma grandeza no mercado, não é mais a força dominante que já foi.
Uma história semelhante pode estar acontecendo ao norte da fronteira em Waterloo, no Canadá, onde a empresa ‘Research In Motion Ltda.’ (RIM) tenta recuperar sua quota de mercado perdida ao longo dos anos para o iPhone da Apple e para os smartphones com o sistema operacional Google Android. O smartphone Blackberry da RIM era líder de mercado em comunicação móvel via e-mail, mas nos últimos anos a companhia esteve menos equipada para competir com dispositivos mais orientados ao entretenimento e voltados ao consumidor.
“Você tem de desenvolver novas tecnologias e produtos e não empacar com o que o levou ao círculo dos vencedores”, escreveu Sydney Finkelstein, um colunista da Forbes. “Como a Motorola e a Polaroid, o mundo mudou de analógico para digital e a Kodak tem de mudar com ele.”
Alguns analistas dizem que as expansões da Kodak em direção a impressoras, produtos químicos e suprimentos médicos foram decisões imprudentes que desperdiçaram dinheiro, mas nunca atingiram sucesso significativo. Seus últimos esforços para alcançar seus oponentes japoneses no desenvolvimento de câmeras digitais foram muito limitados e vieram tardes demais.
Agora, os “Momentos Kodak” da empresa ficarão no passado.
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