A Justiça do Rio de Janeiro aceitou, na noite desta sexta-feira (18), denúncia do Ministério Público contra 23 ativistas acusados de formação de quadrilha armada e decretou sua prisão preventiva. Cinco dos réus integram o grupo de black blocs que tiveram a prisão temporária decretada no último sábado (12), véspera da final da Copa do Mundo, durante a Operação Firewall, e que foram beneficiados por habeas corpus durante esta semana.
Segundo o Tribunal de Justiça, os mandados de prisão já foram expedidos. Entre os acusados está Elisa Quadros, a Sininho, apontada como líder do grupo, que está no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no subúrbio do Rio de Janeiro, e teve a prisão temporária convertida em preventiva, assim como Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D’Icarahy. Outros dois ativistas que permaneciam detidos, Tiago Teixeira Neves da Rocha e Eduarda Oliveira Castro de Souza, não foram incluídos na denúncia e serão soltos. Segundo a promotoria, não existem provas consistentes contra eles.
Em nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, atribui a decisão à periculosidade dos acusados, “evidenciada por terem forte atuação na organização e prática de atos de violência nas manifestações populares”. “Em liberdade, certamente encontrarão os mesmos estímulos para a prática de atos da mesma natureza. Assim, como a periculosidade dos acusados põe em risco a ordem pública, deve-se proteger, por conseguinte, o meio social”, justifica o magistrado.
Entre os 23 acusados estão manifestantes envolvidos em diversos atos de vandalismo no Estado do Rio de Janeiro. Para o promotor Luís Otávio Figueira Lopes, da 26ª Promotoria de Investigação Penal, desde os protestos de junho de 2013 até hoje, os denunciados se associaram com a finalidade de praticar nas manifestações crimes como: posse de artefato explosivo, corrupção de menor, dano básico e qualificado, resistência e lesão corporal (consumada e tentada). De acordo com a denúncia, o grupo recorreu a facas, explosivos, coquetéis molotov, estilingues, rojões alterados para disparar pregos e porretes, entre outras armas.
Para o Ministério Público, os atos violentos são incentivados por lideranças e praticados por indivíduos que adotam a tática black bloc. Os dois acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão no dia 6 de fevereiro deste ano, Fabio Raposo e Caio Silva Rangel, também foram denunciados. Os dois permanecem presos em Bangu pelo crime de homicídio.