O julgamento de Wang Lijun, o ex-chefe de polícia de Chongqing, que foi preso depois de fugir para o consulado dos EUA em Chengdu em fevereiro, já começou em segredo no Tribunal Popular Intermediário de Chengdu na segunda-feira, segundo a imprensa de Hong Kong.
A Cable TV, um serviço de televisão por subscrição em Hong Kong, informou que Wang Lijun está sendo julgado sob a acusação de “ameaçar à segurança nacional” e “revelar segredos de Estado” no Tribunal Popular Intermediário de Chengdu, na província de Sichuan. Devido à natureza sensível do caso, o julgamento provavelmente será realizado a portas fechadas e o veredito não será disponível imediatamente após o julgamento, disse a Cable TV.
A mídia de Hong Kong também especulou que desde que Wang Lijun auxiliou na investigação de Gu Kailai e Bo Xilai, é improvável que ele receba uma sentença de pena de morte.
Quando o tribunal de Chengdu foi contatado por Patrick Zuo, pesquisador do New York Times, eles negaram que estivessem realizando o julgamento de Wang Lijun no momento.
Wang Lijun foi entregue à agência anticorrupção do regime chinês três dias depois que tentou desertar para a embaixada dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, relatou a Cable TV.
Wang Lijun teria dado a funcionários consulares dos EUA detalhes sobre seu chefe Bo Xilai, um poderoso político chinês membro do Politburo, e a tentativa de golpe deste para perturbar a esperada ascensão de Xi Jinping, que deve ser o próximo líder chinês.
Acredita-se também que Wang Lijun forneceu informações sobre as transações comerciais entre Gu Kailai, a esposa de Bo Xilai, e o empresário britânico Neil Heywood. A mídia estatal relatou que Gu Kailai recentemente confessou ter assassinado o empresário num julgamento fechado realizado em 9 de agosto. Além disso, fontes indicaram ao Epoch Times que Wang Lijun entregou às autoridades norte-americanas documentos importantes detalhando a rede chinesa sancionada pelo Estado e envolvendo hospitais militares em que os órgãos de praticantes vivos do Falun Gong são extraídos e vendidos. A prática espiritual tem sido perseguida pelo regime chinês desde 1999.