Julgamento começa para oficial chinês que provocou escândalo

18/09/2012 04:13 Atualizado: 18/09/2012 04:14
Wang Lijun, ex-chefe da Secretaria de Segurança Pública de Chongqing, em março de 2011. (Feng Li/Getty Images)

Primeira parte do julgamento de Wang Lijun realizada secretamente

O julgamento de Wang Lijun, o ex-chefe de polícia de Chongqing e braço direito do membro desgraçado do Politburo e chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) em Chongqing, Bo Xilai, começou em segredo na segunda-feira, segundo a mídia.

Wang Yuncai, a advogada de Wang Lijun (sem parentesco), disse ao Daily Telegraph que o julgamento começou às 8h30 e terminou ao meio-dia.

“O julgamento tem duas partes, privada e pública”, disse ela, segundo o Telegraph. “Hoje é a parte privada, pois envolve segredos de Estado; está relacionada às duas acusações de deserção e manipular a lei para interesses próprios.” Wang Yuncai é diretora da firma de advocacia Beijing L&A em Shenyang, uma cidade no nordeste.

A data oficial de início do julgamento é na verdade terça-feira. Apesar de que deveria ser um julgamento aberto, todos os assentos estavam reservados imediatamente após o anúncio.

As forças de segurança pública na segunda-feira haviam cercado o Tribunal Popular Intermediário em Chengdu, onde o julgamento está programado para ser realizado. De acordo com o Telegraph, um oficial local negou que o julgamento realmente tenha começado.

Um repórter do jornal disse que foi rapidamente cercado por agentes da segurança pública empunhando câmeras de vídeo e rádios, filmando-o em caso de “potenciais acidentes”, escreveu ele no Twitter após o incidente.

Wang Lijun começou um grande escândalo político na China depois que tentou desertar para o consulado dos EUA em Chengdu em fevereiro. Acredita-se que Wang Lijun revelou primeiro a funcionários consulares norte-americanos e, em seguida, a funcionários do PCC: os detalhes sobre o assassinato do empresário britânico Neil Heywood pela esposa de Bo Xilai, Gu Kailai; outros crimes de Bo Xilai e Gu Kailai, incluindo seu envolvimento na colheita forçada de órgãos de pessoas vivas e um plano de Bo Xilai e do chefe da segurança pública chinesa Zhou Yongkang para tomar o poder do provável próximo líder chinês Xi Jinping, assim que ele assumisse a liderança do país e do PCC.

Logo após a tentativa de deserção de Wang Lijun, seu chefe Bo Xilai foi despojado de seus cargos no PCC e Gu Kailai foi presa, entre outras consequências. O incidente expôs a disputa de poder entre facções no PCC que estão atualmente focadas em como lidar com o caso de Bo Xilai, enquanto a maior mudança da liderança chinesa, que ocorre uma vez a cada década, está prestes a ocorrer no fim deste ano.

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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.