As palavras do mais novo escolhido diretor da emissora China Central de Televisão (CCTV), Hu Zhanfan, recentemente deram calafrios na espinha nos jornalistas do Estado chinês: “Alguns produtores de mídia da CCTV não têm se categorizado como propagandistas do Partido, ao invés disso, eles se categorizam como jornalistas profissionais. Isso é um erro fundamental”, disse ele.
Hu assumiu sua posição no fim de novembro de 2011, e, desde então, internautas chineses têm circulado os comentários que ele fez mais de 10 mil vezes em serviços de microblogue.
“Algumas pessoas pensam que enfatizando a natureza do Partido e a função (da CCTV) como seu porta-voz influenciará a objetividade das reportagens e nosso respeito às regras do jornalismo ao lidar com as questões… isso é um grande erro e uma visão unilateral”, disse ele num discurso, mais tarde publicado num artigo da agência de notícias estatal Xinhua.
Hu falava num evento apresentado pela Associação de Mídia Nacional da China em maio de 2011, mas apenas depois de ele se tornar diretor da CCTV o público chinês resgatou seus comentários anteriores.
Um blogueiro escreveu, “Isso claramente diz ao público que a CCTV não faz notícia, eles fazem propaganda.”
Outro tinha conselhos para o Ministério da Imprensa e Publicação da China, “Eles deveriam pegar de volta as credenciais dos repórteres da CCTV e dar-lhes credenciais de propagandistas.”
Um ex-repórter do Serviço de Notícias da China, Gao Yu, disse a NTD que Hu foi escolhido por sua boa vontade em cooperar com o regime.
Gao comentou, “O Departamento Central de Propaganda instrui os chefes de vários departamentos a fazerem as coisas desse jeito, e é exigido que assim façam. Os requisitos para seleção de pessoal são: Quem pode nos servir como uma ferramenta obediente? Quem irá dizer ‘nossa mídia fez sua parte?’ Eles escolherão esse tipo de pessoa.”
O regime chinês esta atualmente embarcando num “poder brando” dirigido por fundos de 7,1 bilhões de dólares para desenvolver a mídia estatal fora do país. A CCTV planeja abrir estúdios na América do Norte e na África, e tem feito ampla publicidade no Times Square em Nova York.
