O jornal El Universal, dos mais antigos da Venezuela e um dos poucos ainda críticos ao governo do presidente Nicolás Maduro, foi vendido para um grupo de investidores espanhóis. A venda foi confirmada pela própria publicação nesta sexta-feira (4) em sua versão digital, mas o nome do comprador não foi divulgado oficialmente.
Segundo o texto, o novo presidente do jornal, o engenheiro civil Jesús Abreu Anselmi, assegurou que o grupo comprador “não tem nenhum vínculo com o governo” e que a linha editorial será mantida. Há mais de um ano circulavam rumores sobre o interesse da família Mata, que controlava o jornal desde sua fundação, em 1909, de se desfazer do diário.
Em maio, El Universal foi obrigado a reduzir o número de páginas impressas diariamente devido às dificuldades impostas pelo atual governo aos trâmites de importação de papel. No ano passado, mais de dez diários fecharam ou reduziram o número de páginas diante dos obstáculos para compra de matéria-prima.
Aos funcionários, Jesús Abreu Anselmi prometeu que haverá papel para imprimir o jornal. Ainda que o novo presidente tenha tentado tranquilizar a equipe, existe o temor de que El Universal passe a ser menos crítico em relação ao governo.
Segundo o Sindicato Nacional de Jornalistas da Venezuela, pelo menos 58 jornalistas deixaram a Globovisión e 33 o grupo do Últimas Notícias depois da mudança de comando.