Jornal da província de Guangdong recebe tratamento severo

19/07/2012 09:00 Atualizado: 19/07/2012 09:00

O jornal chines Novo Diário Expresso. (The Epoch Times)A província de Guangdong tem sido muitas vezes descrita como um laboratório para a reforma política na China, mas na segunda-feira um dos jornais da província recebeu um choque de repressão no estilo das antigas revoluções, que foi ainda mais grave por parecer arbitrário.

O Novo Diário Expresso (Xinkuibao) foi restringido no que ele poderia reportar e seu editor-chefe foi purgado. Os funcionários do Xinkuibao foram notificados de que o jornal deixaria de cobrir qualquer assunto que não fosse originário da província de Guangdong, incluindo entrevistas telefônicas, segundo uma atualização de notícias no Sina.com.

A edição de 16 de julho do Xinkuibao era uma sombra de seu ser anterior. Ele não continha comentários, notícias nacionais ou internacionais e as seções elaboradas, como Profundidade, Grande Caminho e Opinião da Semana, também foram removidas. Ele cobria apenas notícias locais, esportes e entretenimento.

Quando Zeng Dexiong, o representante da cidade de Guangzhou no Congresso Municipal Popular, ouviu falar sobre a disciplina aplicada ao Xinkuibao, ele blogou, “Se ele chegou a isso, o que restará do jornal?”

O ex-editor-chefe Lu Fumin confirmou sua saída em seu microblogue e disse, “Ser capaz de crescer junto com o Xinkuibao tem sido uma grande bênção em minha vida. Depois de hoje, volto a trabalhar no Diário da Noite Yangcheng.” O Diário da Noite Yangcheng é um jornal baseado em Guangzhou, também na província de Guangdong.

Blogueiros alegaram que a punição do jornal foi causada pela publicação de um ensaio político, intitulado, “Os anos em que a juventude educada dos membros do Politburo se estabeleceu no campo e se misturou aos camponeses para cultivar a terra como forma de vida”.

Porém, ninguém poderia dizer claramente por que o ensaio ofendeu as autoridades, exceto que ele discutia sobre Xi Jinping e Li Keqiang, os prováveis próximos chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) e primeiro-ministro, respectivamente. Com suas ascensões ao poder esperadas para outubro, no 18º Congresso Nacional do PCC, discuti-las é considerado um tema sensível. No entanto, outros jornais publicaram o mesmo artigo e não foram punidos.

Como resultado da dura ação tomada contra o Xinkuibao, outro jornal local, o Diário Metropolitano do Sul, imediatamente alterou seu formato. Um leitor da cidade de Guangzhou blogou que a recente coluna de comentário do Diário Metropolitano do Sul continha “apenas quatro páginas e é horrível”.

Alguém se identificando como um empregado do Diário Metropolitano do Sul respondeu, “Dê uma olhada no Xinkuibao e você entenderá.”

Durante o 19º aniversário do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio, o comentarista Huang Xiuhui escreveu um artigo intitulado, “Jornalistas chineses perdem toda a dignidade”, no qual ele descreveu como jornalistas chineses se sentem sobre não serem capazes de reportar a verdade.

Huang disse que jornalistas chineses são frequentemente chamados de reis sem coroa, mas ele sente que o Departamento de Propaganda do PCC é o verdadeiro rei sem coroa e que os jornalistas são apenas seus escritores-mercenários. Repórteres chineses foram chamados de muitos outros nomes, incluindo cortesãos, trabalhadores de notícias e mendigos de alta classe. Huang acredita que os jornalistas chineses enfrentam uma sensação contínua de serem violados.