O governo da Argentina usou as páginas de anúncio dos jornais europeus para criticar a decisão da Corte americana de cobrar a dívida que o país tem há anos com credores internacionais. Nesta terça-feira (24), diversas publicações – como os britânicos Times e Financial Times, o espanhol El País e o alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung – estamparam os dizeres “Argentina quer continuar a pagar suas dívidas, mas eles não vão deixar”.
A frase é uma clara crítica à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, na semana passada, de obrigar o país latino-americano a pagar 1,33 bilhão de dólares a fundos de hedge (também chamados no país de fundos ‘abutres’, por sua natureza especulativa). No domingo (22), jornais americanos já haviam sido alvo de propagandas do governo de Cristina Kirchner.
Esses fundos credores não aceitaram a reestruturação de dívida que a Argentina fez com os demais investidores em 2002. “Eles (fundos abutres) compraram bônus em default (calote) a preços obscenamente baixos com o objetivo único de entrar em litígio (ação judicial) contra a Argentina e obter lucros enormes”, diz o anúncio no Financial Times: “Os fundos abutres investiram milhões de dólares em lobby e propaganda, tentando fazer o mundo inteiro acreditar que a Argentina não paga suas dívidas e se recusa a negociar”.
As declarações também alertaram que a decisão colocará qualquer outro país que precisa realizar uma reestruturação de sua dívida em uma “posição delicada”.