Itália faz greve geral contra reforma laboral do governo de Matteo Renzi

12/12/2014 13:37 Atualizado: 12/12/2014 13:37

Duas das principais centrais sindicais da Itália convocaram para hoje (12) uma greve geral de oito horas, em protesto ao ritmo das reformas econômicas e sociais do governo de Matteo Renzi, implantadas com o objetivo de tirar o país da crise. Mais de 50 manifestações estão previstas para várias cidades italianas durante a jornada de greve geral, que começou no início da manhã. A greve foi convocada pela principal central sindical da Itália, a CGIL, de esquerda, e a terceira mais importante, a UIL, moderada.

Os transportes serão o setor mais afetado pela greve, além de diversos serviços públicos. Dezenas de voos foram cancelados ou adiados nos principais aeroportos do país, os serviços nas três linhas de metrô de Roma estão suspensos e o restante do transporte urbano, em número reduzido, vai funcionar apenas nos horários de pico.

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Para minimizar os efeitos da greve, Roma abriu o centro da cidade a todos os veículos, e não apenas aos que detêm autorização especial, como é a norma na capital. O principal alvo dos protestos é a Lei Laboral de Matteo Renzi (socialista), aprovada pelo Parlamento na semana passada, e que, visando a encorajar a contratação, facilita a demissão e reduz os direitos e a proteção dos trabalhadores nos primeiros anos de contrato.

Os sindicatos criticam igualmente o projeto de Orçamento do Estado para 2015, ao considerar insuficientes as medidas de relançamento da economia. Desde que assumiu a chefia do governo, em fevereiro, Matteo Renzi mantém relações tensas com os sindicatos, ao eliminar ações de melhoria social em diversas áreas.“O governo comete um erro ao eliminar a discussão e a participação” dos sindicatos na produção das leis, afirmou Susanna Camusso, secretária-geral da CGIL. “O governo tem de escolher entre o conflito e o diálogo”, acrescentou.

Na quinta-feira, sobre a previsão de paralisação para hoje, Renzi disse “respeitar muito” a greve geral, mas “não partilhar das suas motivações”, desejando “bom trabalho a quem for trabalhar e boa sorte a quem fizer greve”. Em outubro e novembro, quando foi confrontado por várias greves, Renzi foi mais duro na reação, ao afirmar que “o tempo em que as manifestações bloqueavam o governo acabou” e que “se os sindicalistas querem negociar devem candidatar-se ao Parlamento”. Com a lei laboral aprovada, a greve geral de hoje, a primeira no governo de Renzi, terá apenas um efeito simbólico.