Na Itália, calabreses adotam costumes gregos de 2.800 anos

13/08/2013 08:30 Atualizado: 12/08/2013 12:32
Tumbas das elites locais da época confirmaram estreita ligação entre as duas culturas
Escavações de tumbas gregas na Francavilla Maritima (Universidade de Basileia)
Escavações de tumbas gregas na Francavilla Marittima (Universidade de Basiléia)

Arqueólogos analisaram a chegada dos primeiros gregos ao sul da Itália. Escavações de tumbas do século VIII a.C., revelaram o primeiro encontro cultural entre a população local e os colonos gregos, em Francavilla Marittima, território que fez parte da Grécia – hoje, atual Cosenza, Calábria, costa sul da Itália.

Até hoje conhecia-se  somente o fato de que os gregos provenientes de Calcis e Cime, chegaram à Cumas, sudeste da Itália, no ano de 1050, onde fundaram algumas cidades pela costa italiana, entre elas está  Nápoles, a qual, na época, era conhecida por Panténope.

Em Francavilla, investigadores da Universidade de Basiléia, Suíça, depois de escavações feitas no local, descobriram  uma tumba grega intacta de uma mulher onde havia uma placa decorativa feita de bronze; também descobriram duas outras tumbas gregas, uma de um recém-nascido e outra de uma criança com aproximadamente cinco anos. Então, analisaram as tumbas das elites locais e confirmou-se uma estreita ligação entre as duas culturas.

Segundo estudos, ficou evidenciado que a partir do momento que os colonos gregos chegaram, as cerimônias fúnebres passaram a ter hábitos e costumes do Leste.

O bebê grego estava em um pequeno “caixão” e a tumba da mulher tinha uns 4,5 metros e era a maior do local. Entre os artefatos encontrados na tumba, havia uma grande placa de bronze e centenas de contas de âmbar, as quais foram distribuídas de maneira uniforme pela tumba. O significado disto ainda é um mistério para os arqueólogos.

Também foi encontrado um tipo de tecido que podia fazer parte da vestimenta de uma mulher ou talvez tenha sido utilizado para envolver o corpo da morta.

Os primeiros assentamentos gregos em Francavilla, foram interrompidos abruptamente entre os anos 730 e 720 a.C., justamente na época em que a próspera cidade de Sibaris foi fundada. Esta ficava no Golfo de Tarento, no mar Jônico. A cidade de Sibaris chegou a ter 300.000 habitantes.

Segundo a história, os sibaritas comercializavam com os Miletos e Etruscos, e passou a ser considerada uma lenda devido à sua riqueza e costumes dedicados ao luxo e à boa vida. Durante seu crescimento, cunharam sua própria moeda – uma moeda de prata sibarita, a qual trazia a lenda de Sibaris – um touro olhando para traz.

Devido ao crescimento de Sibaris, fundaram em sua redondeza as cidades de Crotona e Tarento. Durante a expansão e desenvolvimento da região, os sibaritas destruíram e invadiram a cidade de Siris; porém no século V, entraram em guerra com Crotona e a cidade de Sibaris foi destruída. Os sobreviventes tentaram reerguê-la, porém foi em vão. A Calábria deixou de pertencer a Grécia no século III a.C.  Séculos mais tarde, passou a pertencer ao Império Romano e com o tempo,  a língua grega na região também foi se perdendo.

Partindo de Cumas, sudeste da Itália, houve outras civilizações gregas que rivalizaram em prosperidade com Sibaris e foram importantes rotas marítimas. No entanto, com o fortalecimento dos etruscos, as mesmas foram invadidas e caíram.