Israel se prepara para possível resposta da Síria a ataque dos EUA e OTAN

29/08/2013 15:03 Atualizado: 04/09/2013 22:45
Uma linha de tanques israelenses Merkava recém-posicionados no norte do país, na fronteira com a Síria, em precaução às consequências de um possível ataque dos EUA e da OTAN à Síria (Menahem Kahana/AFP/Getty Images)
Uma linha de tanques israelenses Merkava recém-posicionados no norte do país, na fronteira com a Síria, em precaução às consequências de um possível ataque dos EUA e da OTAN à Síria (Menahem Kahana/AFP/Getty Images)

O gabinete de Israel reuniu-se para consultas de segurança para determinar um plano de ação, caso os Estados Unidos e a OTAN ataquem a Síria. Ao final da reunião, na terça-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse: “O Estado de Israel está pronto para qualquer cenário. Nós não somos parte da guerra civil na Síria, mas se identificarmos qualquer tentativa de nos prejudicar, nós responderemos e o faremos com força.”

Na cerimônia anual em memória aos soldados caídos da Brigada Givati da IDF em 27 de agosto, o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, disse: “Nós ouvimos os sons de ameaças dirigidas ao Estado de Israel. Diante dessas ameaças, somos responsáveis e atenciosos, mas também dizemos em voz clara e determinada: quem se atrever a nos testar, encontrará a força da IDF [Forças de Defesa de Israel].”

O general-brigadeiro (reserva) Yossi Kuperwasser, diretor-geral do Ministério Israelense de Inteligência e Estratégia, disse que Israel não está envolvido na guerra civil da Síria e que Bashar al-Assad não tem interesse em atacar Israel, sabendo que isso provocaria uma resposta dura.

Apesar da baixa expectativa de um possível ataque da Síria, a IDF está se preparando. Eles decidiram instalar na fronteira norte uma Cúpula de Ferro adicional de defesa antimíssel, um sistema de mísseis Patriot e colocar em alerta o sistema Arrow de mísseis antibalísticos, financiado e produzido em conjunto por Israel e os Estados Unidos.

Os Estados Unidos forneceram os mísseis Patriot a Israel na 1ª Guerra do Golfo em 1990, que interceptou os mísseis iraquianos lançados em direção a Israel.

Desde então, a procura por máscaras, chamadas kits CBRN (Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear), vem crescendo em Israel. Antes da 1ª Guerra do Golfo, o Comado de Frente da IDF distribuiu kits CBRN a toda a população israelense. Na época, a expectativa era de que Sadam Hussein lançasse mísseis químicos contra Israel em retaliação aos EUA.

Isso não ocorreu, mas desde então o Comando de Frente tem pedido a Israel que “atualize” seus kits. Até agora, segundo o Comando, 40% dos israelenses não têm kits CBRN.

Os Correios de Israel, que fornecem os kits CBRN, relataram que milhares de cidadãos têm aparecido para obter as máscaras nos últimos dias, enquanto cresce a preocupação com as consequências de um possível ataque dos EUA contra a Síria.

Na pequena cidade de Shlomi, perto da fronteira com a Síria, o município abriu 140 abrigos e está em constante contato com o Comando de Frente.