Tem havido muita cobertura das execuções do ISIS de reféns estrangeiros, mas alguns oficiais norte-americanos estão mais preocupados com movimentos da organização terrorista na Líbia.
A Líbia, juntamente com a Síria, foi arrastada nos protestos da Primavera Árabe em 2011, o que levou a guerras civis desestabilizadoras.
E a Líbia não se recuperou desde então.
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Várias autoridades antiterroristas dos EUA, não identificadas, disseram à ABC News que o ISIS está lutando para expandir-se e afirmar-se na Líbia.
“Estou ficando preocupado com a rapidez com que seus novos filiados estão se organizando”, disse um oficial à emissora. O oficial acrescentou que o ISIS “praticamente governa a Líbia”.
“Nós não temos nenhuma representatividade lá”, afirmou o oficial.
Os EUA ainda têm dificuldade de coletar informações ou utilizar a sua influência na Líbia, que foi por muito tempo governada por seguidores do ditador Muamar Kadafi, após o ataque ao consulado em Benghazi em 11 de setembro de 2012.
“Eles estão preparando isso já há algum tempo. Muitos deles lutaram com o ISIS na Síria e agora estão voltando para casa para a Líbia”, disse Aaron Zelin, do Instituto Washington para Política do Próximo Oriente, citado pela ABC.
“Nós estamos vendo um crescimento exponencial do ISIS na Líbia”, Aref Ali Nayed, que serve como embaixador da Líbia para os Emirados Árabes Unidos, disse à Bloomberg News. “A Líbia, por causa de seus recursos, tornou-se caixa eletrônico, posto de gasolina e aeroporto para o ISIS. Há um infeliz estado de negação sobre tudo isso, e isso é a coisa mais perigosa “.
“O que aconteceu na França é apenas um sinal do que ainda está por vir”, acrescentou.
Nayed disse que há entre 2 mil e 3 mil combatentes do ISIS no país. Também, afirmou de forma ainda mais dramática à AFP que “o ISIS está crescendo na Líbia de forma exponencial. Ele está cometendo atrocidades todos os dias”, disse ele. “Não é possível lutar contra o ISIS no Iraque e na Síria sem também abordar seu componente na Líbia.”
O grupo militante libanês Ansar al-Sharia foi colocado na lista negra pelas Nações Unidas porque tem laços com o ISIS. Nayed disse que o grupo provavelmente mudou seu nome para manter seus laços com o ISIS.
Ele acrescentou que a Líbia também poderia ser usada como um ponto de partida para atacar a Europa, por estar a “apenas uma hora de distância.”