O candidato Mohamed Mursi da Irmandade Muçulmana foi declarado o vencedor da corrida presidencial de domingo no Egito, mas a junta que controla o país desde fevereiro de 2011 ainda está no comando.
Mursi derrotou o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafik nas eleições, obtendo 52% dos 26 milhões de votos, segundo o jornal estatal Al-Ahram. “Eu gostaria de agradecer ao conselho militar, o sistema judicial e a polícia por seus esforços no sentido de tornar as eleições limpas e justas”, disse Mursi, segundo o jornal.
A decisão levou milhares de egípcios a tomarem a Praça Tahrir no Cairo em comemoração soltando fogos de artifício no céu noturno, informou Al-Jazeera. Os manifestantes gritavam, “Abaixo a ditadura militar”, de acordo com a rede.
O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que tem prometido entregar o poder a um governo civil quando um presidente fosse eleito no final de junho, dissolveu recentemente o Parlamento e conferiu a si próprio expandido poder constitucional.
Críticos afirmam que o movimento coloca o país em profunda crise. “A declaração constitucional é uma volta completa contra a revolução e torna o presidente um simples afiliado do conselho militar e alarga o período de transição indefinidamente”, disse o autor revolucionário Alaa El-Aswany, segundo o Al-Ahram.