Iraque: EUA consegue ‘furar bloqueio’ do ISIS no monte Sinjar

15/08/2014 12:16 Atualizado: 15/08/2014 12:16

Barack Obama anunciou que os EUA haviam obtido a primeira vitória no esforço militar para travar os jihadistas do Estado Islâmico (ISIS), ao conseguir romper o cerco que estes impunham há mais de uma semana a milhares de civis refugiados no monte Sinjar.

Apesar dos motivos de celebração, o presidente norte-americano deixou claro que os raides aéreos contra os militantes sunitas vão continuar se a sua campanha no Iraque ameaçar cidadãos e instalações norte-americanas no norte do Iraque, incluindo na capital regional curda, Erbil. “A situação nas montanhas melhorou muito e os norte-americanos devem ficar orgulhosos dos nossos esforços porque, graças à competência e ao profissionalismo dos nossos militares e à generosidade do nosso povo, quebramos o cerco do Estado Islâmico no monte Sinjar e salvamos muitas pessoas inocentes”, congratulou-se Obama.

Alguns analistas apontaram nos últimos dias que a decisão da Casa Branca de voltar a desenvolver uma operação militar no Iraque, com ataques aéreos às posições dos extremistas islâmicos, se prendia menos à urgência em salvar as vidas de pessoas da comunidade yazidi e de outras minorias curdas e mais à necessidade de travar o avanço do Estado Islâmico em direção a Erbil. Atualmente, os rebeldes encontram-se a cerca de 30 minutos de carro da capital regional curda, cidade onde os EUA têm um consulado e vários cidadãos residentes. Rico em petróleo, o Curdistão iraquiano constitui hoje um dos grandes investimentos de algumas gigantes petrolíferas americanas, como a ExxonMobile e a Chevron, que têm muito a perder no caso de Erbil ser tomada pelos jihadistas.

Atualmente, os EUA lideram uma campanha internacional para armar os peshmerga (combatentes curdos) bem como o exército iraquiano. Seguindo o exemplo norte-americano, Reino Unido e França têm pressionado a União Europeia para que “mobilize” esforços com vista a travar a insurreição sunita no Iraque.

Entretanto, o governador da província de Anbar, coração da área onde os sunitas estão em maioria – sendo, no total do território iraquiano, uma minoria face à população xiita -, disse que tinha pedido e assegurado o apoio dos EUA na luta contra os jihadistas, uma vez que os opositores ao grupo não terão capacidade de resistir a uma guerra que se adivinha longa e árdua.

Ahmed Khalaf al-Dulaimi disse à Reuters que o seu pedido, feito em encontros com diplomatas e uma alta patente do exército norte-americano, inclue apoio aéreo contra os extremistas islâmicos que mantêm desde junho um controle apertado sobre grandes áreas de Anbar e de áreas que abrangem outras províncias no norte. Dulaimi afirmou que a ajuda foi garantida pelos norte-americanos. Contudo, até ao final desta edição, não havia qualquer comentário da parte da Casa Branca à notícia.

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