Irã se prepara para desligar a internet, diz reportagem

12/04/2012 15:00 Atualizado: 07/09/2013 15:13
Um iraniano lê blogue político navegando na internet num cibercafé na cidade de Hamadan, 360 km ao sul de Terã (Nima Daymari/AFP/Getty Images)
Um iraniano lê blogue político navegando na internet num cibercafé na cidade de Hamadan, 360 km ao sul de Terã (Nima Daymari/AFP/Getty Images)

O governo iraniano está em processo de negar o acesso à internet de seus cidadãos, incluindo os sites populares de redes sociais e serviços de correio eletrônico, e irá substituí-los por uma intranet nacional em cinco meses, informou o International Business Times (IBT) na terça-feira.

O IBT disse que Reza Taghipour, chefe do ministério iraniano das tecnologias de informação e comunicações, anunciou que o país iria instituir uma intranet a nível nacional, bloqueando o acesso externo, num comunicado divulgado na semana passada.

Em maio, o Irã efetivamente bloqueará o acesso aos serviços do Google, Hotmail, Yahoo, que serão substituídos pelo Irã Mail e pelo Mecanismo de Busca Irã, disse o IBT. Nesta primeira etapa, outros sites poderão ser acessados.

A fase final do projeto terá início em agosto, que negará aos iranianos o acesso à internet como um todo. “Todos os Serviços de Provedores de Internet (ISP) deverão apresentar apenas a Internet Nacional até agosto”, disse Taghipour conforme citado.

As autoridades iranianas nos últimos meses têm denunciado a internet e o Facebook como degradantes para os valores morais iranianos e a identidade nacional.

Desde a reportagem do IBT, o Irã negou que tenha planos de cortar o acesso à internet em agosto, informou a AFP.

“O relatório não é de forma alguma confirmado pelo ministério”, disse um comunicado do gabinete de Taghipour, acrescentando que é “completamente sem embasamento”, informou a AFP.

O ministério disse que as citações foram obtidas a partir de uma entrevista falsa que na verdade nunca aconteceu.

O Irã tem planos para criar uma “rede nacional de informação” que funcionaria como um sistema fechado, mas não está claro se Teerã busca cortar websites externos.