Investimentos do Estado não ajudam economia em desaceleração da China

20/06/2012 18:00 Atualizado: 20/06/2012 18:00

Edifícios no centro empresarial de Pequim em janeiro de 2011. (Liu Jin/AFP/Getty Images)Em meio a um fraco crescimento, o regime chinês está ansioso por soluções para estimular a economia. Um grande número de investimentos estatais e projetos financiados foram aprovados, mas os estudiosos e economistas questionam se o sistema político do país pode transformá-los em crescimento.

Segundo relatos, o ‘Credit Suisse Group AG’ e ‘Deutsche Bank AG’ diminuíram suas estimativas de crescimento para a economia da China. O primeiro de 8 para 7,7%, e o segundo de 8,2 para 7,9%. O crescimento do PIB da China em 2011 foi de 9,2%.

Tao Dong, um economista do Credit Suisse de Hong Kong, foi citado pela Bloomberg, dizendo que o investimento é susceptível de produzir uma recuperação significativa na economia da China no futuro previsível. O estímulo do governo poderia moderar a retração, “mas não vemos isso gerando impulso de crescimento sustentável”, disse Tao. Ao invés disso, a recomendação de Tao é que o regime chinês deve quebrar o monopólio bancário e dos serviços públicos, abrir o setor de serviços e desregulamentar as taxas de juros e de câmbio.

À exceção de um ajuste recente da taxa de juros, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do regime chinês procurou recuperar a economia com uma ampla gama de projetos financiados pelo Estado. De janeiro a abril, mais de 8 mil projetos do governo foram aprovados.

Corrupção

Mas os estudiosos chineses duvidam que estes projetos possam ter sucesso, especialmente por causa do sistema político chinês e da corrupção desenfreada entre os oficiais do governo.

He Qinglian, uma escritora chinesa e economista baseada nos EUA, disse numa de suas colunas recentes que a corrupção é uma grande brecha para os investimentos do governo, com muitos fundos se perdendo no processo. “Na China, 20 a 30% dos investimentos normalmente vão para indivíduos e organizações governamentais que trabalham com eles”, disse ela. “Os oficiais usam o poder político para subornarem uns aos outros e obterem mais benefícios. Esta é a causa desses edifícios escolares instáveis que desmoronaram durante o terremoto de Sichuan em 2008.”

Apenas na província de Hunan cerca de 10 bilhões de yuanes (1,5 bilhões de dólares) destinados a construção de rodovias terminam nos bolsos de oficiais do Partido Comunista Chinês a cada ano, segundo He.

Empresas estatais

O Dr. John Lee, um professor-adjunto na Universidade de Sydney, disse numa nota recente na Bloomberg: “Mesmo que a China cresça quase 10% desde o início dos anos de 1980, a desigualdade [da distribuição da riqueza] disparou a partir de meados da década de 1990 em diante, um período que coincidiu com o aumento dramático na atividade de investimento fixo feito por empresas estatais.”

Empresas estatais e projetos ineficientes contribuem muito para os empréstimos inadimplentes da China. Segundo dados econômicos, a dívida dos governos locais equivalente a 1,84 trilhões de yuanes vence em 2012.

O economista Cheng Xiaonong disse ao Epoch Times num artigo anterior que os bancos estatais são a carteira do regime chinês. Os bancos são obrigados a pagar as dívidas do governo se solicitados e o resultado será o aumento da inflação e mais dificuldades para o povo, disse Cheng.

O Banco Mundial classificou o PIB per capita da China como o 118º do mundo em 2010.