Investimento em arte: risco e retorno

01/08/2012 06:34 Atualizado: 06/08/2013 15:43

‘A Descoberta de Moisés’, de Sir Lawrence Alma-Tadema, foi vendido no Christie’s, em Nova York, em 25 de maio de 1995, por US$ 2.752.500. Ele foi revendido em Sotheby’s, em Nova York, em 4 de novembro de 2010, por US$ 35.922.500. (Cortesia de Sotheby’s)A maioria das pessoas que compram pinturas não o fazem apenas por investimento, mas para decorar a casa também. É importante lembrar-se disso por várias razões.

Na pintura, o tamanho importa e maior nem sempre é melhor. Colecionadores tendem a ter um local em mente para onde querem pendurar suas pinturas. Eles querem que fiquem numa parede confortavelmente sem ficar excessivamente apertado.

Se uma pintura tem mais 2,50 metros de altura, por exemplo, pode ser difícil de vender, porque a maioria das pessoas não pode encaixá-las confortavelmente em suas casas.

Por outro lado, se um quadro é muito pequeno, não terá um destaque importante na parede, o que pode diminuir o valor da venda também, exceto nos casos em que a pintura é de qualidade extraordinária.

O assunto subjetivo também desempenha um papel importante para a maioria dos colecionadores. Como um exemplo óbvio, pinturas de mulheres bonitas tendem a vender mais do que pinturas de crianças doentes. Isso tende a significar que as pinturas de mulheres bonitas encarecem o quadro.

Ao contrário de ações e títulos de dívidas de empresas, pinturas e esculturas raras tem um longo período de tendência.

Com a Artnet tão amplamente divulgada e utilizada nesta área, a maioria dos colecionadores sabe quando você comprou algo em leilão e a que preço. A Artnet é um provedor de serviços online para o mercado internacional de artes, cujas sedes estão em Nova York, Berlim e Paris. A Artnet também tem escritórios regionais na China, Reino Unido e Rússia.

Isso pode tornar difícil vender uma pintura novamente num leilão público com um lucro significativo dentro de um período de cinco anos.

As pessoas não querem sentir que estão pagando caro demais por algo ou que perderam uma boa oportunidade. Em geral, os colecionadores não gostam de pagar o valor integral quando eles poderiam ter tido um pedaço por muito menos um ou dois anos antes.

Depois de 10 anos, um registro de leilão é considerado velho. Isso, obviamente, pode ser atenuado por um aumento dramático e repentino na demanda ou por uma catástrofe econômica global, que pode mudar a percepção do valor num prazo mais curto.

No entanto, ao contrário de ações, você não pode simplesmente obter informações e ver as mudanças dos preços minuto a minuto. No mercado de ações, eventos que são de curto prazo e têm um efeito de curto prazo podem causar grandes oscilações de preços num período de horas ou dias.

Já que os registros de leilões públicos são um fator determinante para o preço e, em qualquer área, grandes vendas nas principais casas de leilões não ocorrem todos os dias ou nem mesmo todos os meses, há um tempo significativo entre as vendas quando os preços permanecem os mesmos e não são afetados por eventos de curto prazo.

Mesmo que uma venda mostre uma mudança drástica no preço – tal como o recentemente vendido “A Descoberta de Moisés”, de Sr. Lawrence Alma-Tadema, que custou quase 36 milhões dólares quando estava estimado entre 3 milhões e 5 milhões de dólares– um evento como esse não é imediatamente considerado como um encarecimento das obras do artista.

A maioria das pessoas vê uma venda alta rara como um possível golpe de sorte no mercado e querem ver os preços repetidamente aumentados para definirem uma mudança real no preço.

No caso de Alma-Tadema, uma segunda obra-prima, “Antônio e Cleópatra”, foi vendido por mais de 29 milhões dólares em um leilão posterior.

Muitos colecionadores de Alma-Tadema estão esperando ansiosamente para ver se o salto impressionante nos preços das obras do artista vai continuar. 

Assim, o colecionamento de obras de arte é uma forma mais segura e estável de investimento, embora o investidor tenha que ter paciência para ver o lucro.