Internet cada vez mais censurada na China, diz relatório

28/09/2012 09:22 Atualizado: 28/09/2012 09:22
Um gráfico que descreve a relativa liberdade desfrutada na internet, com países classificados como “livre”, “parcialmente livre” e “não livre”. Uma maior pontuação indica menos liberdade. (Freedom House)

O regime chinês se tornou mais restritivo no ano passado no controle do que seus cidadãos veem na internet e cometeu a maioria das violações dos direitos dos usuários em todo o mundo, segundo um novo relatório da Freedom House.

“As autoridades chinesas ainda reforçaram um sistema já sofisticado e de multicamadas para censurar, monitorar e manipular atividades na internet, enquanto sequestraram ou prenderam dezenas de ativistas, advogados e blogueiros”, afirma o relatório, observando que a pontuação da China sobre a restrição de liberdades da internet aumentou em dois pontos de 2010 a 2011. Isso significa que a China, ao lado de Irã e Cuba, é o país mais restritivo do mundo.

Em 2011, as autoridades chinesas detiveram dezenas de blogueiros e ativistas, prendendo-os por semanas, com alguns inclusive recebendo sentenças de prisão, disse o relatório.

A Freedom House notou que internautas chineses se tornaram cada vez mais criativos em contornar os censores do regime, apontando que websites de microblogue, incluindo o Sina Weibo, permitiram aos internautas “superar a censura, chamar a atenção para escândalos incipientes e montar campanhas online sobre vários temas”.

Nos últimos meses, um exemplo notável de internautas chineses superando os censores foi quando uma foto horrível de uma mulher, que autoridades comunistas chinesas locais submeteram a um aborto forçado, se tornou viral no Weibo.

Como resultado da popularidade do Weibo e de outros websites de microblogue, “autoridades [chinesas] responderam com controle mais rigoroso sobre tais serviços, incluindo censura intensificada e exigências de registro de nomes reais, apesar das novas restrições ainda não terem pleno efeito no discurso online”, segundo o relatório.

Foi observado que os chineses comuns ainda enfrentam uma litania de obstáculos ao acesso completo e livre à internet, tais como “controle centralizado sobre portais internacionais, uma notável diferença urbano-rural e esporádicas paralisações localizadas de acesso à internet em locais de protesto”.

Recentemente, em diversas áreas no Tibete e na província vizinha de Sichuan, os censores chineses teriam cortado a internet, a fim de evitar a disseminação de informações sobre uma série de autoimolações realizadas por monges e outros contra o brutal regime comunista na região.

Da mesma forma, os censores bloquearam o acesso à internet em partes da região de Xinjiang de julho de 2009 a maio de 2010, após protestos irromperem sobre o domínio chinês na área, o que desencadeou uma repressão aos dissidentes, disse o relatório.

A Freedom House também criticou os ciberataques do regime chinês a websites estrangeiros que criticam o Partido Comunista, incluindo websites pertencentes ao Falun Gong, uma prática de meditação pacífica que tem sido suprimida desde 1999.

“O governo chinês negou qualquer envolvimento nos ataques. Tais negações foram minadas por imagens de arquivo que foram ao ar num programa de televisão estatal em julho de 2011, que incluiu uma demonstração do software projetado pelo exército chinês que era usado para realizar um ataque a um website relacionado ao Falun Gong nos EUA”, segundo o relatório.

A China também está sendo usada como um modelo para outros regimes repressivos em todo o mundo, acrescentou o documento.

“A influência da China como uma incubadora de restrições sofisticadas foi sentida em todo o mundo, com governos como a Bielorrússia, Uzbequistão e Irã, usando a China como modelo para seus próprios novos controles da internet”, disse o relatório. Uzbequistão e Irã estavam entre os cinco primeiros na lista “não livre” da Freedom House.

Epoch Times publica em 35 países em 19 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT