No início de abril, numa forma sem precedentes, 300 famílias na província de Hebei levantaram-se por um de seus conterrâneos, um praticante do Falun Gong que havia sido preso por sua crença e torturado. Usando seus nomes e identidades, sabendo que provavelmente sentiriam todo o peso do regime chinês em suas costas, juntos, eles solicitaram às autoridades sua libertação. Seu ato de coragem, que os distingue como os “300 bravos”, abalou os escalões superiores do Partido Comunista Chinês (PCC), e levou intelectuais na China e no exterior a somarem suas vozes às desses camponeses.
Inspirado pelos 300 bravos, um intelectual conhecido na China Continental falou com o Epoch Times em 25 de maio, sob condição de anonimato. “Eu acho que o significado [do evento] é que isso oferece uma oportunidade para resolver a ‘questão do Falun Gong’ antes 18º Congresso. O Falun Gong […] deveria ser respeitado sob o conceito de liberdade de crença”, disse o intelectual.
“Mesmo os altos oficiais do PCC, ou pessoas da segurança doméstica, dirão a mesma coisa. Precisamos dar [aos praticantes do Falun Gong] a liberdade de crença garantida pela Constituição. O ataque de Jiang Zemin ao Falun Gong é um erro. Precisamos pedir desculpas a nível nacional, e proporcionar-lhes uma compensação econômica”, disse ele.
Em 1978, os camponeses de Xiaogang (uma aldeia perto de Nanjing, na China) assinaram um acordo secreto, efetivamente privatizando as terras da vila entre si, o que na época era uma ofensa criminal. Posteriormente, a produção e a renda da vila aumentaram múltiplas vezes, e sob Deng Xiaoping, o acordo inédito marcou o início da reforma agrária rural na China, e o início do fim da agricultura coletivizada no país.
O intelectual acredita que a petição dos 300 bravos é comparável em importância ao acordo dos camponeses de Xiaogang. Ele disse que se as autoridades chinesas não resolverem o problema (da perseguição ao Falun Gong) no 18º Congresso do Partido Comunista, ele e outros intelectuais começarão a escrever sobre isso para as mais altas autoridades. “Eu tenho me preparado para isso”, disse ele.
Zhong Weiguang, um estudioso chinês na Alemanha, que é um especialista sobre o totalitarismo contemporâneo, disse que com base na petição dos 300 bravos, “Podemos ver que o povo chinês está farto das práticas do partido comunista.”
Enquanto os 300 bravos são únicos por usarem seus nomes reais e impressões digitais em sua petição, Zhong observa que no passado houve uma série de outras petições de apoio a praticantes do Falun Gong. “O povo chinês já sabe que o Falun Gong é um grupo de cultivo pacífico, e, ao mesmo tempo, eles acreditam que as pessoas comuns podem criar uma mudança positiva na sociedade”, disse ele.
De acordo com Zhong, Zhou Yongkang e a facção das mãos ensanguentadas (os diretamente responsáveis pela perseguição aos praticantes do Falun Gong) estão agora efetivamente na mesma situação que a “Gangue dos Quatro”, o grupo que organizou a Revolução Cultural na China em suas últimas fases.
Ambos os grupos estavam na vanguarda de perseguir o público em geral. O público odiou os dois grupos por isso. Em última análise, a ‘Gangue dos Quatro’ foi expurgada por Deng Xiaoping, que se alinhou com a vontade do povo.
Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.