A instabilidade financeira da China ocupou o 5º lugar na lista de questões que líderes empresariais de todo o mundo têm observado com mais atenção. Para os líderes de negócios na Ásia, especificamente, as finanças chinesas ocuparam o primeiro lugar.
Os dados são resultado de uma pesquisa com 1.020 CEOs e presidentes de empresas de todo o mundo, e foram destaque no relatório CEO Challenge 2014 do The Conference Board, uma associação de pesquisa independente.
“A economia da China continua sujeita a desafios políticos significativos”, afirma o relatório, acrescentando que, embora algumas políticas criem benefícios de curto prazo para as empresas estatais da China, elas aumentam o risco de instabilidade, “especialmente no sistema financeiro – uma possibilidade evidente nas mentes dos CEOs da região”.
Suas preocupações são bem fundadas. O tema da enorme bolha de crédito da China tem sido uma preocupação crescente entre analistas financeiros.
Algumas das questões principais – particularmente a escala dos empréstimos da China desde 2008 – são destacadas num novo vídeo investigativo de Robert Peston exibido pela BBC: “Como a China enganou o mundo” (“How China Fooled the World”).
Num segmento, ele fala com a analista e líder bancária chinesa Charlene Chu. Ela diz que os empréstimos da China estão “fora da escala”, observando que “a maioria das pessoas está ciente de que tivemos um boom de crédito na China, mas eles não têm ideia da escala”.
Chu diz que, quando isso começou em 2008, o setor bancário da China era de cerca de US$ 10 trilhões em tamanho. Agora, ele está em torno de US$ 24 a 25 trilhões. Ela diz: “Esse incremento de US$ 14 a 15 trilhões é equivalente a todo o setor bancário comercial dos EUA, que levou mais de um século para construir.”
Peston elabora um pouco mais, dizendo que “o endividamento total da China é agora o equivalente a duas vezes o valor de tudo o que o país produz, o dobro do seu PIB – acima de 125% desde cinco anos atrás. Agora, não há exemplo na história desse tipo de explosão de dívida que não produza lágrimas antes de dormir.”
O relatório do Conference Board observa que os próximos 18-24 meses “serão essenciais para determinar a direção que a China tomará – mais aberta ou mais fechada”, e aconselha a quem planeja negócios na China a observar a situação com cuidado, e “preparar suas organizações para o máximo de agilidade”.
O relatório inclui uma lista de preocupações globais, bem como as preocupações por região. As preocupações globais são: as grandes análises de dados no topo; a depressão econômica da Europa ficou em segundo lugar; diversificar a liderança de negócios em terceiro; a volatilidade da moeda em quarto lugar; e a instabilidade financeira da China em quinto.
Ele observa que a instabilidade financeira da China é mais importante para as pequenas empresas. E afirma que, globalmente, as empresas que fazem menos de US$ 100 milhões anualmente classificaram a instabilidade financeira da China como sua principal preocupação, enquanto as empresas que fazem mais de US$5 bilhões classificaram o mesmo tópico em sexto lugar.