Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (06) pelo IBGE, a inflação acumulada nos primeiros 60 dias de 2015 é a maior desde maio de 2005, e chegou a 7,7% segundo os cálculos do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Além do número ter superado os resultados dos últimos 10 anos, a inflação acumulada no primeiro bimestre de 2015 supera o teto em mais de 20%, e o centro da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de em 4,5%, em mais de 60% (A meta pode variar de 2,5% e 6,5%).
O mercado internacional e economias estáveis ao redor do mundo, inclusive aquelas em condições de comparação direta com a economia brasileira, buscam sempre o piso da meta, que o Brasil extrapolou em mais de 300% nestes primeiros 2 meses de 2015.
Embora o atual governo tenha sempre caminhado no limite máximo da meta de inflação, a última vez em que o Brasil estourou o limite máximo estipulado pela equipe monetária do Banco Central foi em 2003, no início do governo de Lula, quando a inflação encerrou a 9,3%.
Puxada pelos recentes aumentos em taxas e impostos incidentes sobre a energia elétrica e pelos seguidos aumentos nos combustíveis, o resultado tem relação direta com o descontrole das contas públicas e impacto também direto na alta da taxa de juros decidida esta semana pelo COPOM.
Lamentavelmente, o Governo Federal não dá mostras de que pretende mudar a política econômica e controlar os gastos públicos, desta forma, a tendência é que a inflação não recue tão cedo.