A expectativa de inflação oficial – IPCA – medida pelo IBGE é de 6,5% para o ano de 2014, segundo Banco Central. O povo brasileiro deve estar estranhando o número apresentado insistentemente através da mídia. A inflação do bolso, como eu chamo, está em torno de 14%, demonstrada pelos diversos indicadores da economia. Vamos conferir.
Nesta segunda-feira (7), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou aumento de 14,24% para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), 17,23% para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e ainda 11,16% para as Centrais Elétricas Matogrossenses (Cemat).
Pronto, a média está acima de 14%. curiosamente, o mesmo índice de inflação de bolso, estimado por mim. A esta altura, não sei se rio ou choro.
Dou risada porque o índice de inflação medido pelo governo via IBGE é um índice manipulado. O índice é manipulado porque são considerados os preços administrados, como o de combustíveis, tarifa de metropolitanos, etc. O índice de reajuste das contas de luz deve refletir nos próximos 2 meses.
Choro porque a inflação do bolso está em torno de 14%. O próprio governo, pelos reajustes concedidos no setor de energia elétrica, está reconhecendo que a inflação real é maior do que o índice oficial, o IPCA do IBGE. Outro indício de que a inflação está flagrantemente acima do índice oficial é o pagamento de juros pelo Tesouro Nacional para rolagem das suas dívidas. O mercado exige taxas muito superiores à taxa Selic de 11%.
Nem vou alongar mais com argumentos, para não dar nó na cabeça dos meus leitores. Mas uma coisa é certa, não há nenhum fator positivo que dê sinal de baixa no índice de inflação nos próximos meses. Na véspera de eleições, Dilma ou Lula tentando eleger-se para mais um mandato não tomarão nenhuma medida impopular, mesmo que a situação exija.
Sim, a inflação de bolso está em 14% ao ano! Vamos eleger Lula ou Dilma mais uma vez? Vocês decidem! Por mim, eles vão para casa!
Ossami Sakamori é engenheiro civil. Foi professor da Universidade Federal do Paraná
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