O setor bancário está atualmente na mira da campanha anticorrupção do regime chinês que já dura dois anos. Na semana passada, dois altos executivos bancários foram levados para investigação e outro cometeu suicídio.
O Banco de Pequim, cujo maior acionista é o governo municipal de Pequim, anunciou na noite de 2 de fevereiro que Lu Haijun, um membro do conselho, está sendo investigado por “graves violações da disciplina do Partido Comunista Chinês [PCC]”.
Uma fonte com conhecimento do assunto disse à mídia estatal Diário Guangming que o suicídio do executivo ocorreu após uma reunião no banco. O que se passou na reunião não foi relatado e o nome do funcionário falecido não foi revelado.
Em 31 de janeiro, várias mídias chinesas confirmaram que Mao Xiaofeng, o presidente do Banco Minsheng, o maior banco privado da China, foi recentemente levado para investigação pelo Comitê Central de Inspeção Disciplinar (CCID), o órgão do PCC que coordena a campanha anticorrupção do regime.
Uma fonte disse que a detenção de Mao Xiaofeng estava relacionada com a investigação de corrupção do alto funcionário comunista Ling Jihua, segundo a revista financeira chinesa Caixin. Ling Jihua, que foi assessor do ex-líder chinês Hu Jintao, era vice-presidente da Comissão Consultiva Política Popular no momento de sua prisão.
A mídia da China continental tem reportado intensamente esses escândalos envolvendo altos executivos bancários. O Wall Street Journal informou que Wang Qishan, o chefe do CCID, criou recentemente um departamento dedicado a investigar o setor financeiro, segundo um funcionário chinês anônimo.
“As finanças são o antigo reduto de Wang Qishan. Ele sabe como a indústria funciona”, disse o funcionário. Wang atuou como vice-presidente do Banco Popular da China e depois como presidente do Banco de Construção da China na década de 1990. Wang também serviu como chefe do Gabinete Geral da Comissão de Reforma Estrutural Econômica do Estado (2000-2002).
Nuvens de uma tempestade anticorrupção começaram a nublar os céus da indústria financeira chinesa no ano passado. De acordo com o Diário Metropolitano do Sul, baseado em Guangzhou, oito altos executivos de bancos médios e pequenos da China foram demitidos por corrupção em 2014. De acordo com o relatório, a maior força da tempestade se abaterá sobre a indústria financeira este ano.