A China é a número um no mundo em produção e consumo de papel e papelão. Porém, essa produtividade é proveniente de tecnologia obsoleta e do cultivo acelerado de florestas para extração de celulose que causam degradação ambiental em larga escala.
Segundo um relatório da Comissão Chinesa de Desenvolvimento e Reforma (CCDR), 40% das fibras que servem como matéria-prima na produção de papel vem de importações; apenas em 2010, a China importou mais de 11 milhões de toneladas de celulose e mais de 24 milhões de toneladas de papel reaproveitado. Em 2011, a importação de celulose cresceu 27%, chegando ao volume de 14 milhões de toneladas e somando quase 12 bilhões de dólares.
Outro relatório do governo chinês aponta que, na década de 2000-2010, a produção nacional de papel cresceu 204%, enquanto que o consumo aumentou em 156,6%.
A CCDR indica ainda que 35% das fábricas de papel na China usam tecnologia obsoleta, o que contraria as regulamentações estabelecidas sobre poluentes usados por essas indústrias. Com base na produção de 2010, isso significa que 32,44 milhões de toneladas de papel são provenientes de tecnologias antiquadas e precárias. No prazo de 2011-2015, apenas o equivalente a 10 milhões de toneladas de papel têm previsão de serem substituídas, o que significa que mais de 20 milhões de toneladas de papel continuarão a poluir as bacias fluviais chinesas mesmo após 2015.
Para o processamento, uma tonelada de celulose, é necessário mais de 300 toneladas de água. A água descartada na fabricação de papel contém alta concentração de resíduos químicos e materiais tóxicos, que poluem o meio ambiente e ameaçam a vida aquática.
Uma pesquisa da escola de saúde pública da Universidade Johns Hopkins, feita seis anos atrás, apontou que dos 50 mil quilômetros de leito fluvial da China, mais de 75% não são mais capazes de abrigar peixes. Vários rios vitais para a população local se tornaram cancerígenos.
A China continental tem 2 milhões de novos pacientes com câncer por ano, dentre os quais 1,4 milhão perdem suas vidas. De acordo com a mídia oficial, o câncer já é responsável por um quinto do total de mortes no país. Em várias cidades, o câncer chegou a ultrapassar as doenças cardiovasculares como a principal causa de morte.
Ainda assim, especialistas revelam que várias regiões continuam intensificando o plantio de florestas exclusivamente direcionadas para a extração de celulose.
O Prof. Jiang Gaoming, do Instituto de Botânica da China, diz que essas florestas “industriais” acarretarão no completo desaparecimento das florestas nativas. Ele explica que árvores para a extração de celulose, como o eucalipto, são pobres na retenção de água, exigindo assim um grande volume de água para o plantio em larga escala, o que diminui dramaticamente as reservas dos lençóis subterrâneos. Essas florestas artificiais também consomem rapidamente os nutrientes do solo, empobrecendo a qualidade deste. Por este motivo os eucaliptos são chamados de “sugadores de água e de nutrientes”. Além disso, os eucaliptos geram substâncias químicas que restringem o crescimento de outras plantas, reduzindo drasticamente a biodiversidade e criando os chamados “desertos verdes”.
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