Observatório pode ver 12 bilhões de anos no passado
Foi inaugurado no dia 13 de março o radiotelescópio de Grande Matriz Milimétrica do Atacama (ALMA), localizado na Cordilheira dos Andes, no Norte do Chile, levou uma década para ser construído e custou US$ 1,4 bilhão. A matriz é composta de 66 antenas alinhadas para observarem o céu em uníssono, o equivalente a um telescópio de 16 km de largura. O ALMA estará plenamente operacional em outubro.
Para que ele é usado para?
O ALMA será usado principalmente para o estudo da formação das primeiras estrelas e galáxias de bilhões de anos atrás. Ele observará o processo de formação de planetas em desenvolvimento e estrelas que ainda se formam. Além disso, o ALMA permitirá aos cientistas conhecer em detalhes a química complexa das gigantes nuvens de gás e poeira que produzem estrelas e sistemas planetários.
Outras especialidades incluem mapear o gás e a poeira da Via Láctea e de outras galáxias, analisar os gases de um vulcão em erupção em Io, a lua de Júpiter, e estudar o vento solar.
Como o ALMA funciona?
“Um sinal do céu capturado por duas ou mais antenas são combinados, analisados e, então, a informação sobre sua origem (quer seja uma estrela, um planeta ou uma galáxia) é obtida. Ao combinar as ondas de rádio recolhidas por várias antenas, é possível construir imagens. Tais imagens são comparáveis ao que seria obtido com um hipotético telescópio ou antena gigante de 14 mil metros de diâmetro. Uma vez que construir e operar uma antena deste tamanho é tecnicamente impossível (pelo menos com as tecnologias atuais); construir diversas pequenas antenas, utilizá-las em concerto e combinar sua coleta de informação é muito mais viável.”
“Para funcionar corretamente, o ALMA deve ter suas 66 antenas e eletrônica trabalhando em perfeita sincronia, com uma precisão de um milionésimo de milionésimo de segundo.” (www.almaobservatory.org)
Localização
A uma altitude de 5.100 metros acima do nível do mar, o platô Chajnantor é inabitável. Engenheiros transportando cilindros de oxigênio visitam o observatório das estações-base. O Chile é o um dos lugares mais adequados para a hospedagem de observatórios terrestres na Terra. Este planalto foi selecionado por seu terreno alto, seco e plano. Se houvesse gotas d’água na atmosfera, isso poderia distorcer os sinais de rádio que chegam ao telescópio e degradar a qualidade das observações. Além disso, o céu do Sul tem muitos objetos únicos, como o centro da galáxia e as Nuvens de Magalhães. A atmosfera de outro mundo do local foi usada para filmar cenas de Marte em filmes.
Um esforço colaborativo internacional de instituições da Europa, América do Norte, Ásia Oriental e Chile; o Observatório Conjunto ALMA (JAO) fornece a liderança e gestão unificada da construção, comissionamento e operação do ALMA. O tempo de observação será dividido e atribuído às partes envolvidas no projeto.
Observações e conclusões de investigação
A partir de uma observação recente, os astrônomos estão muito entusiasmados com a descoberta de glicoaldeído, uma forma de açúcar, no gás em torno de uma jovem estrela. O glicoaldeído é um dos blocos de construção do ácido ribonucleico (RNA) que, por sua vez, é um dos fundamentos da vida.
Os astrônomos também descobriram que períodos ativos de formações de estrelas aconteceram há 12 bilhões de anos, um bilhão no ano antes do que as estimativas anteriores e dois bilhões de anos após o universo ser criado.
Considera-se que o nascimento de estrelas tenha ocorrido a partir da conversão de vastos reservatórios de gás e poeira cósmica nas galáxias. Ao olhar bem distante no espaço, para galáxias tão distantes que sua luz levou bilhões de anos para chegar até nós, os astrônomos podem observar este período agitado da juventude do universo.
“Quanto mais distante a galáxia, mais para trás no tempo alguém está olhando, por isso, medindo suas distâncias, podemos montar um cronograma do quão vigorosamente o universo formou novas estrelas em diferentes fases de sua história de 13,7 bilhões de anos”, disse Joaquim Vieira, do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, ao Astronomy.com.
Diferente dos telescópios ópticos ou infravermelhos, o ALMA pode capturar o fraco brilho e o gás presente na formação das primeiras estrelas, galáxias e planetas.
“É uma revolução na história do universo no reino das ondas milimétricas e submilimétricas, que podem observar através de nuvens de poeira e focarem-se na formação de estrelas”, disse Thijs De Graauw, o diretor da instalação, à AFP. “Telescópios não podem ver o que está acontecendo dentro dessas nuvens. Com o ALMA, nós podemos. E isso é como abrir uma nova janela.”
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