Impunidade e expropriação de terras geram mais conflitos em Fujian, China

11/06/2013 16:50 Atualizado: 11/06/2013 16:50
Revoltados com a violência policial, uma multidão cercou uma viatura. A manifestação durou cerca de 4 horas e mobilizou aproximadamente mil pessoas (Imagem da internet; veja mais imagens do conflito aqui)

No dia 6 de junho, três moradores da vila de Xiasheng foram agredidos por fiscais do governo local sob a acusação de “resistência à autoridade”. O episódio atraiu a atenção da população e esta chamou a polícia para lidar com os infratores, porém a polícia defendeu os fiscais e determinou que a agressão foi “legítima” e os liberou. O ato gerou revolta na população, que reagiu com violência, cercando os fiscais e impedindo-os de deixarem o local. Em poucos minutos, havia cerca de mil pessoas no local, que cercaram a viatura onde se encontravam os agressores. Policiais tentaram dispersar a multidão e feriram dezenas de manifestantes.

Segundo o Sr. Yang, vizinho dos agredidos, os fiscais pediam propina aos moradores por “proteção e segurança”, deixando impune mesmo os negócios ilegais e criminosos que pagassem, enquanto quem não contribuísse com propina seria ameaçado e, em último caso, teria suas terras tomadas sob alegações forjadas. O Sr. Yang declarou: “Isso é o que mais acorre por aqui… mas não podemos aceitar isso para sempre, temos de reagir; temos de pelo menos mostrar a eles que isso não pode continuar. […] Somos trabalhadores e poupamos cada centavo para construir uma casa própria, não temos dinheiro para pagar propina, muito menos para essa escória… Se a polícia não faz justiça, nós mesmos faremos.”

A confusão persistiu por cerca de 4 horas; a avenida onde ocorreu o incidente foi interditada nos dois sentidos e duas das viaturas com 8 policiais tiveram os pneus furados. Aproximadamente às 23h, autoridades chegaram ao local para negociar, prometendo “dar uma resposta convincente” sobre os agressores e liberando a entrada para que ambulâncias atendessem os feridos; só então a multidão se dispersou lentamente. Vários manifestantes foram internados em estado grave, mas não correm risco de morte. Os fiscais agressores foram detidos e liberados após o pagamento de fiança.

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