Um dos setores com mais rápido crescimento no mundo
A indústria de viagens e turismo (T&T) é o pão com manteiga entre os setores com as mais importantes arrecadações no mundo, sobretudo para os países em desenvolvimento.
“Na verdade, o setor de viagem e turismo continua a ser crítico na economia mundial, com potencial para gerar crescimento econômico e desenvolvimento internacionalmente”, explicou o Fórum Econômico Mundial (FEM), em seu recente “Relatório Comparativo de Viagens e Turismo de 2011”.
A T&T oferece receita em divisas estrangeiras e empregos, sobretudo nas áreas que têm pouco ou nenhum crescimento industrial. Uma queda no setor de T&T leva a um efeito econômico de dominó não apenas num determinado país e na indústria de T&T, mas inclusive no mundo todo, devido a diversas funções de apoio direto e indireto.
“O setor de viagens e turismo cria empregos, gera exportações e estimula o investimento. Num momento de recuperação pós-crise global, a indústria está numa posição única para o crescimento sustentável da energia ao redor do mundo, seja em economias maduras emergindo da recessão ou jovens mercados emergentes em vias de rápido desenvolvimento”, disse David Scowsill, presidente e CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC), num comunicado de imprensa em março de 2011.
Mundialmente, o setor de T&T prevê empregar 99 milhões de pessoas, cerca de 3,4% do número de total empregos no mundo até o final de 2011. Até 2021, prevê-se que o número de empregos vai atingir cerca de 120 milhões, de acordo com o WTTC.
Em 2011, o número de empregos irá aumentar para mais de 259 milhões, subindo 2,3% quando incluídos os empregos que fornecem apoio indireto. Estima-se que o número de empregos diretos e indiretos chegará a 324 milhões até 2021.
Apenas nos Estados Unidos, espera-se que os ganhos da indústria de T&T cheguem a 1,2 trilhões de dólares em 2011, e aumentem para 1,8 trilhões até 2021. Nos Estados Unidos, os investidores irão investir 652 bilhões de dólares na indústria de T&T em 2011, o que representa cerca de 4,5% do total de investimentos norte-americanos, e em 2021 o investimento chegará a 1,5 trilhões de dólares.
“Embora o crescimento econômico daqui para frente enfrente muitos desafios, é esperado que a indústria de Viagens & Turismo seja um dos setores com crescimento mais rápido do mundo”, previu o Conselho Mundial de Viagens e Turismo num comunicado à imprensa em março de 2011.
Os benefícios da indústria de viagens e turismo
“Após um período de grave crise econômica, a indústria de viagens e turismo está agora começando a dar sinais positivos de recuperação, especialmente nos mercados emergentes da América Latina, [e] Ásia”, disse Robert Greenhill, diretor de negócios do FEM numa comunicado de imprensa recente.
O Fórum Econômico Mundial (FEM) apresenta suas previsões depois de cuidadosa investigação e análise num “prognóstico cauteloso e otimista”.
A indústria do turismo está se recuperando, embora o FEM declare em seu Resumo Executivo que há muitos entraves entre os países, como a regulamentação do governo, o medo do terrorismo, as táticas de marketing ineficientes, e outras questões que têm impacto sobre o setor de T&T.
O FEM, para garantir uma opinião qualificada, equilibrada e bem-pesquisada, observou 14 fatores/pilares (um pilar é uma generalização utilizada como base para a análise), que incluiu os regulamentos, economia, segurança, transporte, infraestrutura, recursos e preços.
Os autores consideraram fatores que à primeira vista não parecem oferecer qualquer relevância para o assunto. No entanto, eles apontam que há sinergia existente entre a T&T, e setores industriais e do governo, que, embora indiretamente, são dependentes uns dos outros e, portanto, não podem ser descartados.
“Ambos as viagens e o comércio são possibilitados por fatores que vão muito além das fronteiras físicas e administrativas e incluem elementos como o ambiente geral de negócios ou infraestrutura”, explicam os autores no relatório do FEM.
Para garantir a viabilidade do setor de T&T, os autores do relatório do FEM enfatizam que os modelos tradicionais que exigem progresso e participação de mercado serão substituídos por um astuto modelo de T&T que inclui os benefícios ao meio ambiente, consideram as preferências do cliente, promovem a paz e a tranquilidade e estimulam o equilíbrio entre as necessidades dos clientes e dos países.
“Os autores concluem ressaltando a importância de transformar o ‘turismo clássico’ dominado por considerações de crescimento e quota de mercado para o ‘turismo inteligente’ que é limpo, ecológico, ético e com orientação à qualidade do atendimento ao cliente”, destaca o relatório do FEM.
O ranking dos setores mundiais de T&T
Na classificação geral, de um total de 139 países, a Suíça ficou em primeiro lugar, seguida da Alemanha, França, Áustria e Suécia, com os Estados Unidos em sexto lugar. Os Estados Unidos e a Suécia melhoraram no ranking de oitavo e sétimo em 2009, respectivamente.
Os rankings mais baixos foram ocupados pelo Chade (139), Angola (138) e Burundi (137). A Angola foi incluída no ranking pela primeira vez em 2010.
A Suíça recebeu elogios diversos, começando com recursos culturais e naturais, proteção ambiental, infraestrutura e transporte. Não só é reconhecida como uma meca do turismo, mas também importante destino de viagens de negócios.
A Alemanha fez progressos notáveis, subindo mais um passo para a segunda posição, enquanto a Áustria, que ocupava o segundo posto em 2009, recebeu uma classificação de quarto. A Alemanha recebeu um tapinha nas costas por ter o setor industrial com mais recursos e meios de transporte bem desenvolvidos.
O Canadá ocupou o quinto lugar em 2009, mas caiu para nono no Índice de 2011. A Índia deslocou-se seis pontos para baixo no seu ranking de 62º em 2009. Mesmo o Brasil perdeu o seu ranking de 45º baixando até 52º. No entanto, sem uma extensa pesquisa, o relatório não é muito claro quanto às razões pelas quais estes países de repente caíram em seus rankings. O relatório identifica a maioria das características positivas.
Campanha de marketing agressiva salva o turismo
Não só a crise financeira, mas também eventos provocados pelo homem, tais como o desastre da Costa do Golfo, ou catástrofes naturais, incluindo terremotos, inundações e erupções vulcânicas, devastaram a indústria de viagens ao longo dos últimos anos.
Em abril de 2010, a erupção vulcânica na Islândia resultou no cancelamento de um quinto do turismo em abril, de acordo com um relatório do Turismo-Review.com sobre “Desastres Naturais: A Real Força Maior para os Turistas”.
As indústrias da Islândia reagiram imediatamente, incluindo o Ministério do Turismo, com uma campanha de marketing em grande escala em meados de maio e junho de 2010. O investimento foi de 6 milhões de dólares. O país usou todos os meios disponíveis e websites de redes sociais, como Twitter e Facebook.
A campanha de marketing agressivo foi tão eficaz que as estatísticas de viagem durante o ano sugeriram uma pequena perda, inferior a 1% do total de turistas recebidos.