A importância da comunicação com o próprio corpo

07/03/2014 08:03 Atualizado: 07/03/2014 15:28

Kathy, uma médica da medicina ocidental, era minha amiga e colega de classe. O hospital para o qual ela trabalhava é muito perto da minha clínica. Por sete anos, do seu adoecimento até sua morte, eu assisti essa mulher, que tinha a minha idade e era saudável e bonita, morrer. Pensar nela me deixa triste.

Uma vez ela veio à minha clínica como paciente. Ela preencheu os formulários e acrescentou o seguinte: “Câncer avançado e talvez tenha um a dois meses de vida. Deus e eu estamos planejando desistir. Venho aqui para buscar alívio temporário para a dor”. Naquela época ela carregava uma mochila. Dentro havia uma garrafa de morfina com um tubo conectando-a ao seu corpo. Ela recebia as injeções automaticamente.

Sete anos atrás, ela teve câncer de mama. Naquele tempo, ela foi tratada com mastectomia seguida de quimioterapia e radioterapia. Depois disso, ela tirou a doença de sua cabeça.

Cinco anos mais tarde, o câncer reapareceu. O tumor surgiu do local original onde irrompeu pelos músculos e pele. Era duro como pedra, irregular e enraizado. Estava conectado a muitos vasos sanguíneos e nervos, ela tinha dor severa. Ela foi desde instituto de pesquisa do câncer até outros hospitais especializados, mas os peritos da medicina não puderam ajudá-la.

Com os olhos marejados ela me disse: “Eu estou realmente desapontada com a medicina ocidental. Eles tratam as pessoas como máquinas. Elas são usadas para transplante de rim, transplante de fígado, remoção dos órgãos internos, inserir um pino, colocar placas de aço… para mim tudo isso é inútil, então, eu tenho sido descartada.”

Ao ouvir isso eu não pude ajudar, mas pensei: Sim! Equipamentos médicos são feitos pelo homem e pessoas são feitas por Deus, usar coisas elétricas e de metal feitas pelo homem para recuperar o corpo humano—como isso realmente pode resolver o problema?

“Você se comunicou com seu corpo?”, perguntei a ela.

Ela ficou chocada como se não entendesse, então, de repente parece ter entendido e perguntou: “Você está dizendo que as pessoas podem se comunicar com seus corpos? Eu odeio esse corpo feio. Eu nunca reconhecerei o terrível tumor maligno. Mas eu tenho que viver com isso todos os dias. Eu sou torturada. Isso me controla.”

Ela estava cheia de ódio, mas ela não podia fazer nada a respeito. Suas lágrimas escorreram. Essa doutora tão boa e bem sucedida estava em tamanha dor e não podia fazer nada sobre o estado de seu corpo.

“Em breve serei uma alma que nunca sofrerá novamente de dor física e serei livre. Mas se Deus me der outra chance, me deixar mais uma vez ter um corpo humano, eu gostaria de viver como você vive. Você sabe, quando eu vejo você sentada e meditando lá, eu realmente invejo. Você sabe como cuidar do seu corpo e da sua alma. Infelizmente, para mim é muito tarde. Tudo é muito tarde.”

Kathy se foi. Eu conto a história dela para deixar outros saberem como não repetir os erros dela.