Impasses com o governo Kirchner provocam greve geral de caminhoneiros na Argentina

08/07/2013 16:17 Atualizado: 08/07/2013 16:52
Sindicalistas reclamam da falta de diálogo do governo
Caminhoneiros em greve na Argentina
Paralisação compromete serviços como coleta de lixo e transporte de combustível (Juan Mabromata/AFP/Getty Images)

Um grupo de caminhoneiros da Argentina lançou uma greve nacional no último domingo. O conflito entre a categoria e o governo surgiu com empasses sobre o imposto de renda e o destino do dinheiro retido na fonte sobre as remunerações dos trabalhadores. A greve poderia afetar serviços como transporte de combustível, coleta de lixo e fornecimento de mantimentos para grandes supermercados – além da transferência bancária – o que pode afetar o fluxo de dinheiro nos caixas eletrônicos.

De acordo com o Infocamioneros, site de notícias voltado para a categoria, a paralisação atingiu hoje os transportes de longa distância, incluindo as categorias pesado e internacional. Segundo o jornal La Nación, o governo se responsabilizou pela coleta de lixo em caso de falta do serviço.

Em declarações anteriores, os líderes das associações de caminhoneiros advertiu que tentou de todas as formas obter um diálogo com o governo de Cristina Kirchner sobre o imposto de renda.

O grupo é liderado por Hugo Moyano, de 70 anos, que assumiu o cargo em 2003 como secretário da Confederação Sindical na Argentina Trabalhadores dos Transportes (CATT). Moyano foi membro do Partido Justicialista, onde elevou o teto salarial a partir do qual é feita a coleta do imposto obrigatório.

“É uma reivindicação que tem sido feita há algum tempo, mas a presidente olha para os lados”, disse o filho de Hugo Moyano.

Segundo o veículo El Chubut, o líder dos caminhoneiros da província, Jorge Taboada, declarou que “hoje, muitos trabalhadores, especialmente os da Patagônia, não percebem os seus abonos, porque os preços sobem e os reajustes estão congelados há muito tempo”.

O líder da categoria na região afirma que “não há nenhum tipo de resposta nem um diálogo com autoridades que têm forte influência para solucionar esses impasses”. Taboada diz esperar que o governo não force a categoria a “chegar em um conflito que nunca se sabe como termina”.

Outras alianças podem participar de um protesto na Plaza de Mayo, como o sindicato dos funcionários judiciais, liderados por Julio Piumato.

Destino do dinheiro retido

Segundo a Organização dos Caminhoneiros de Chubut, o conflito do Sindicato dos Caminhoneiros teve início em 2012. Os fundos geridos pelo grupo de Moyano o qual “administrava os fundos das obras sociais sindicais” foram absorvidos pela Superintendência de Serviços de Saúde do governo de Cristina Kirchner. Segundo Moyano, era “um abuso de autoridade”.

“Esse fundo cobria gastos com tratamentos crônicos ou de alta complexidade. Com um orçamento anual de 1,157 milhões de dólares por ano, o fundo agora será administrado pelo governo” informou o sindicato.

Em 2012 Moyano foi chamado pelo tribunal a reestabelecer as contribuições obrigatórias. De acordo com suas declarações, os sindicatos lhes deviam 2 milhões de pesos. O sindicalista pediu ao governo a soma de 10 milhões de dólares oriundos da contribuição paga pelos trabalhadores. A verba fica retida no Fundo de Redistribuição de Solidariedade.

Hugo Moyano ocupou cargos de secretário de motoristas e caminhões em Buenos Aires. Foi deputado de seu partido em 1987 e atualmente é presidente da Associação dos Trabalhadores de Caminhões, criada em 1992. Foi Secretário da União Geral dos Trabalhadores de Transporte UGIT e em 1998 foi eleito Vice-Presidente da Secretaria Mundial de Transportes Rodoviários e Presidente da Comissão para a América Latina e o Caribe da ITF (International Transport Workers).

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