Um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) alertou para o aumento do desmatamento nas Unidades de Conservação e Terras Indígenas na Amazônia. A ocupação ilegal e a falha ou inexistência de fiscalização e gestão são apontadas como as principais causas dos desmatamentos.
Pelo menos 208 quilômetros quadrados de floresta foram suprimidos com a exposição do solo entre os meses de março de 2012 a 2013.
“Nessas regiões (APs) espera-se que o desmatamento seja zero ou próximo a isso, justamente por sua destinação, que é a conservação ambiental e a garantia dos modos de vida de populações tradicionais e indígenas”, explica Elis Araújo, co-autora do estudo, segundo o Imazon.
As 10 Áreas Protegidas (APs) mais desmatadas estão localizadas nos estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso, em zonas de expansão territorial ou melhoria de infraestrutura, e concentraram 75% do desmatamento detectado por imagens de satélite no período.
“Em geral, as áreas mais desmatadas enfrentam problemas persistentes, pois seis das 10 APs do ranking de 2012-2013 já haviam sido listadas como críticas em desmatamento entre 2009 e 2011 segundo dados do Prodes”, afirmou o estudo. Prodes é um sistema de monitoramento da Amazônia legal por meio de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Segundo o estudo, o governo federal é responsável por 6 dessas áreas e as outras 4 são responsabilidade de governos estaduais. As APs mais desmatadas no período foram as Florestas Nacionais do Jamanxim, a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu e a Floresta Extrativista Rio Preto-Jacundá.
O estudo ainda aponta que o desmatamento nas APs valida as críticas contra os investimentos em infraestrutura e no agronegócio na Amazônia. “A destruição das florestas mostra que os governos e atores envolvidos (produtores rurais, construtoras, frigoríficos, comerciantes de grãos e bancos) estão despreparados ou desinteressados em mitigar os impactos negativos de seus investimentos nas APs”, afirma o estudo.
Os autores recomendam no estudo as mudanças necessárias para frear o desmatamento, entre elas, a remoção dos ocupantes ilegais, a aplicação das penas mediante confisco de bens associados aos crimes ambientais como gado, madeira e grãos. Eles ainda recomendam a promoção do uso sustentável das Unidades de Conservação, finalizando ou executando seus planos de manejo.
O estudo ainda afirmou que se deve priorizar a elaboração de planos de gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas mais desmatadas, visando garantir a conservação, recuperação e o uso sustentável de seus recursos naturais.
O estudo completo pode ser acessado clicando aqui.
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