Na última década, devido aos altos índices de crescimento econômico, a China ganhou destaque no cenário geopolítico e se tornou referência de um suposto “milagre econômico”; porém, cada vez mais, a China revela ao mundo que falhou em balancear a equação de crescimento entre produção e consumo, criando um cenário de superprodução de bens voltados para a exportação massiva, enquanto o mercado consumidor interno continua atrofiado devido à inflação que corrói o poder aquisitivo dos chineses, especialmente os de classe baixa. Um dos produtos deste descompasso é a proliferação de “cidades-fantasma”: centros urbanos inteiros, repletos de construções imponentes, mas que se encontram completamente esvaziados devido à incapacidade do chinês comum de conseguir usufruir destes imóveis.
O analista norte-americano Gillem Tulloch, com base numa pesquisa realizada pela empresa Forensic Asia Ltd., mapeou brevemente as cidades-fantasma da China continental e alerta: “A tendência é que se tenha cada vez mais destas cidades vazias; o consumo médio de aço e cimento de cada habitante da China é maior que qualquer outro país no mundo, porém, poucos chineses podem bancar a compra destes imóveis – um mercado imobiliário inchado e ferrovias monumentais incrementam o PIB, mas não trazem benefício à população; inúmeras rodovias permanecem desertas e prédios vazios.”
Investidores renomados também se posicionam pessimistas em relação ao mercado imobiliário chinês. Empresários de peso no mercado financeiro como George Soros, James Chanos e Jim Rogers acreditam que há grandes propensões de um rompimento da bolha imobiliária, tal como aconteceu em 2008 nos Estados Unidos, especialmente Soros, que aponta o fato de que o mercado imobiliário ainda é o ativo favorito para investidores da classe alta – 64% dos investidores desta categoria ainda se mantêm favoráveis a colocar seu dinheiro na construção civil. Soros considera que a questão não é se há uma bolha no mercado chinês, mas quando essa bolha se romperá. Vale lembrar que 10% do volume total da produção interna chinesa provêm do setor imobiliário, um percentual que supera os valores pré-crise financeira no setor vistos nos Estados Unidos (6%) e no Japão (8.8%).
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