A Câmara dos Representantes do estado de Illinois aprovou uma resolução no final de fevereiro que pediu ao governo dos EUA que investigue a origem de dezenas de milhares de transplantes de órgãos na China, muitos dos quais seriam de praticantes do Falun Gong que foram assassinados especificamente pelo regime chinês para venda de suas partes.
A legislatura chamou esta política do regime chinês de “revoltante” e pediu ao presidente Obama que “tome todas as medidas razoáveis” para pôr um fim nisto. Na sessão, também foi descrita a prática do Falun Gong, as circunstâncias de sua perseguição e a condição dos direitos humanos na China de forma ampla.
Relatórios e evidências de que praticantes do Falun Gong têm sido usados na extração forçada de seus órgãos na China surgiram desde 2006. Naquele ano, um advogado canadense David Matas e o ex-parlamentar David Kilgour publicaram um relatório indicando que cerca de 41.500 órgãos teriam vindo de vítimas do Falun Gong entre 2000 e 2005. Essa estimativa subiu para 65 mil entre os anos de 2000 e 2008, segundo o trabalho do jornalista investigativo Ethan Gutmann, que está escrevendo um livro específico sobre o tema.
O Falun Gong é uma disciplina espiritual chinesa que tinha mais de 70 milhões de seguidores na China na década de 1990, antes de sofrer uma perseguição brutal nas mãos do ex-líder comunista chinês Jiang Zemin. A campanha continua até hoje.
Howard Feng, um porta-voz do Falun Gong em Illinois, que ajudou a promover o projeto de lei HR070 na legislatura, disse que os praticantes do Falun Gong no estado se sentiam gratos pelo apoio. “Houve muitos eleitores que assinaram petições contra a extração forçada de órgãos”, disse Feng em entrevista por telefone. “Nós mostramos aos representantes todas as assinaturas, e eles pensaram: ‘Nossa!, tantos eleitores apoiaram isto, então é melhor apoiarmos também.’”
Praticantes do Falun Gong em Illinois foram às ruas com pranchetas para recolher as assinaturas. Americanos que receberam a notícia da extração de órgãos sistemática e em massa de crentes religiosos na China ficaram horrorizados, disse Feng. “Esperamos que o governo americano, especialmente o presidente Obama, se manifeste e apoie [medidas contra este genocídio]”, disse Feng. “Também esperamos que o Congresso americano se posicione e apoie uma resolução semelhante.”