Escolher o novo secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) de Pequim está provando ser uma luta política na China. O 11º Congresso Municipal de Pequim do PCC foi adiado para o final de junho, depois de ter sido originalmente programado para maio.
O congresso determinará tanto a liderança de Pequim como os delegados de 18º Congresso Nacional do PCC programado para o fim deste ano.
Comentaristas políticos dizem que o atraso foi provavelmente causado por uma forte concorrência pela posição de Liu Qi, o secretário do PCC de Pequim. A posição é altamente disputada, pois o secretário também ganha um assento no Politburo, o órgão de 25 membros que governa a China.
Liu, de 70 anos, tem dois anos a mais que a idade oficial de aposentadoria de 68 anos.
O congresso de Pequim será agora realizado de 29 de junho a 3 de julho, segundo a mídia estatal Xinhua na sexta-feira.
Liu é aliado de Jiang Zemin
Uma série de escândalos enfraquecendo o ex-líder chinês Jiang Zemin e seus aliados pode ter dado ao atual líder Hu Jintao poder para substituir Liu com seu próprio aliado político. Isso também reforçaria a posição de Hu enquanto ele deixa o PCC durante a transição da liderança que ocorre uma vez a cada década.
O chefe da segurança pública chinesa Zhou Yongkang, outro aliado principal de Jiang, perdeu recentemente sua posição como chefe do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) em Pequim, informaram fontes bem posicionadas.
Possíveis candidatos para Pequim
O atual prefeito de Pequim, Guo Jinlong, um aliado de Hu Jintao, é susceptível de se tornar o próximo secretário do PCC em Pequim, segundo várias mídias estrangeiras.
Guo serviu como secretário do PCC na província nativa de Hu Jintao de Anhui entre 2004-2007. Hu mais tarde transferiu Guo para Pequim para trabalhar ao lado de Liu Qi. Guo tornou-se prefeito de Pequim em 2008, uma posição classificada logo abaixo da do secretário do PCC.
Outro aliado de Hu Jintao, Hu Chunhua, o secretário do PCC na Mongólia Interior, é outro possível candidato para suceder Liu, informou a Reuters.
Os ex-líderes do PCC, Deng Xiaoping e Jiang Zemin, estabeleceram um precedente ao colocarem seus confiáveis aliados Chen Xitong e Liu Qi, respectivamente, na posição de secretário do PCC em Pequim.
Controle militar sobre a capital
Controlar a Região Militar de Pequim (RMP) é outra questão fundamental para os líderes do PCC, porque fornece uma medida preventiva contra possíveis tentativas de golpe.
Fontes de notícias fora da China relataram rumores de que Zhou Yongkang havia tentado um golpe em 19 de março, como resultado de deserção de Wang Lijun. Foi dito que o 38º Batalhão do Exército entrou em Pequim, ajudando Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiaobao a erradicarem a tentativa de golpe de Zhou.
O 38º Batalhão (também conhecido como a unidade 66393) é uma unidade militar sob a RMP.
Um relatório publicado em 17 de março pelo Diário Baoding, disse que Xu Linping, também um aliado de Hu, foi recentemente nomeado comandante do 38º Batalhão.
Fang Fenghui, o comandante encarregado do RMP, é considerado um protegido de Hu. Em 2007, quando Hu o promoveu a comandante, Fang era o mais jovem comandante de todas as sete regiões militares. Em julho de 2010, Hu promoveu Fang ao posto de general.
A Xinhua informou em maio que Guo Boxiong, o vice-presidente da Comissão Militar Central, exortou a polícia armada para “resolutamente obedecer às ordens da Central do Partido, da Comissão Militar Central e do presidente Hu”, durante uma inspeção da Polícia Armada em Pequim.