O Hospital Militar 301 em Pequim é conhecido por ser o centro médico onde muitos membros do alto escalão do Partido Comunista Chinês (PCC) têm sido tratados. Também tem sido utilizado para se livrar, ou “tratar” rivais políticos, e, portanto, sua verdadeira história certamente contém muitos segredos.
O ex-líder Deng Xiaoping, o ex-presidente Li Xiannian, e um dos “oito anciãos”, Wang Zhen, são conhecidos por terem recebido tratamento no Hospital Militar 301, que é formalmente conhecido como Hospital Geral do Exército da Liberação Popular Chinês.
O hospital recebeu o apelido de “301” porque costumava servir como uma escola antes do Comitê Central e do Comitê Militar Central decidirem transformá-lo num hospital em 1957, e o nome antigo ficou. Há outro hospital para altos oficiais, o Hospital 305, onde é dito que o ex-líder Mao Tsé-tung recebeu tratamento, de acordo com Wang Juntao, o ex-editor do periódico banido Estudos Econômicos Semanais.
O “Edifício Sul”, parte da instalação, é a área mais fortemente guardada, de acordo com um artigo do China News Week publicado no início da semana passada. Para entrar ou sair do prédio é necessário licença especial, todas as portas estão sob forte esquema de segurança, e três guardas patrulham constantemente o perímetro. O artigo disse que os membros do Comitê Central do PCC recebem tratamento médico lá.
Li Yantang, um médico do Hospital 301, lembrou que o ex-líder Deng Xiaoping foi submetido à cirurgia no Edifício Sul em 1976. Para preservar o sigilo da operação de Deng, o quinto andar inteiro do prédio foi esvaziado, e um escritório privado, salas de reuniões, e um elevador privado foram disponibilizados exclusivamente para ele.
Ren Baiming, um comentarista da sociedade chinesa, disse à NTDTV numa entrevista que muitos membros da liderança do PCC enviam seus rivais políticos ao Hospital 301 em períodos de luta interna.
“Isso significa que [os adversários] estão sob o controle completo de seus rivais políticos”, disse Ren. Ele deu a entender que alguns desses oficiais já morreram depois de serem “tratados” no hospital.
Por exemplo, o ex-presidente chinês Yang Shangkun foi enviado para a unidade médica com um resfriado comum, mas morreu pouco depois, disse Ren. Na época, Zeng Qinghong era o presidente do Gabinete Central.
No livro “Tudo pelo poder: A verdadeira história de Jiang Zemin”, escrito pelo Conselho Editorial do Epoch Times, é dito que depois que “Deng Xiaoping morreu em fevereiro de 1997, aos 92 anos, o ex-presidente Yang Shangkun estava bem de saúde. Mas Yang reprovou Jiang Zemin (que se tornou líder do PCC) por aleatoriamente promover novos generais, subornar pessoas, e punir outras. “
“Yang frequentemente criticava Jiang em reuniões com oficiais militares” e, em 1998, ele disse a Jiang que se ele continuasse “os militares seriam arruinados”, de acordo com o livro.
Ren disse que Jiang “queria esmagar Yang e sua família”, e, portanto, “o Yang saudável foi enviado ao Hospital 301 para ser tratado de um resfriado e morreu logo depois”. “Foi amplamente suspeita que a morte [de Yang] foi ordenada por Jiang Zemin”, disse Ren.
Ren afirma que após a morte de Yang em 1998, muitos ex-oficiais de alto escalão do PCC ficaram com medo do Hospital 301. Ele disse que mesmo Jiang Zemin tinha medo de ser tratado no hospital depois que Hu Jintao assumiu o controle do país. “[Jiang] não vai lá, a menos que seja absolutamente necessário. Ele sempre vai a um hospital de Shanghai para ser tratado”, disse Ren.
Artigos sugerem que depois de Wang Lijun, o ex-chefe de polícia de Chongqing sob Bo Xilai, tentar pedir asilo político num consulado dos EUA em Chengdu, ele recebeu tratamento psiquiátrico no Hospital 301.
O China News Week informou que o Hospital 301 é também um lugar onde oficiais de alto escalão do PCC conspiram um contra o outro. O político influente Wang Zhen visitou o hospital para se comunicar com Deng Xiaoping e Chen Yun, outro líder influente, para tramar a derrubada da “Gangue dos Quatro”, que ganhou destaque durante os últimos estágios da Revolução Cultural na década de 1970.
Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.