Os hospitais privados venezuelanos estão entrando no apavorante esquema dos hospitais cubanos. Para os cidadãos, inclusive os que dispõem de seguro médico, o pesadelo virou realidade. A carência de insumos médicos básicos derrubou a qualidade do atendimento. E os hospitais privados são a última esperança, pois os públicos já estão numa ruína calamitosa, como seus congêneres da ilha-prisão dos irmãos Castro.
Nos centros assistenciais do Estado, as cirurgias de feridos em acidentes de trânsito podem ser adiadas por vários meses, devido à falta de equipamentos. Apesar das dezenas de milhares de “médicos” cubanos importados, os pacientes aguardam horas a fio nos Prontos Socorros, pois faltam médicos e material para emergências.
A Asociación Venezolana de Distribuidores de Equipos Médicos, Odontológicos, de Laboratorios y Afines denunciou o aumento de amputações de membros inferiores em clínicas e hospitais, por faltarem stents periféricos que dilatam as artérias e normalizam assim o fluxo do sangue para as pernas e os pés.
Cristino García, diretor da Asociación Venezolana de Clínicas y Hospitales, confirmou que, em decorrência da falta de insumos, estão sendo adiadas intervenções como implantes cocleares (que permitem recuperar a audição, especialmente de crianças), válvulas cardíacas, stents coronários e outros, forçando os médicos a aplicar métodos de 20 anos atrás.
Em 2014, de 239 insumos, fármacos e equipamentos médicos de uso quotidiano, 200 estavam esgotados e o resto só se localizava com muita dificuldade. Os fornecedores não podem importar porque o governo não lhes permite comprar dólares.
O “socialismo do século XXI”, falido por fanatismo ideológico, regula os preços que os hospitais privados podem cobrar. García afirma que 83% dos filiados fecharam 2013 no vermelho.
Luis Dufaur é escritor e colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)