Alegação de que um policial foi morto e o verdadeiro assassino ainda está foragido
Em 14 de agosto, as autoridades chinesas anunciaram que puseram um fim à carreira sangrenta de Zhou Kehua, um ex-mercenário que virou assassino e cuja carreira periódica, constituída de roubo e assassinato, durou oito anos, até que ele teria sido morto a tiros.
Mas uma carta aberta recente diz que Zhou Kehua não foi realmente morto em 14 de agosto. Ao invés disso, aquele era o policial Fang Bin que se parecia com ele.
Agora, a polícia de Changsha, uma cidade na província central de Hunan, de onde Fang Bin é nativo, está tentando corrigir o caso, indo secretamente a cibercafés e postando suas queixas, além de evidências que expõem o que eles descrevem como um caso fabricado.
A carta aberta, publicada online por Zhang Guoyong, o gerente-geral da Qingdao News, ramo de Weihai, pretende ser de um policial de Changsha, acusando a polícia de Chongqing de atirar em seu colega, em vez do assassino serial. Chongqing é uma província a oeste de Hunan.
Militares chineses juntaram forças com a polícia de Chongqing numa caçada por Zhou Kehua, que o teria matado no distrito de Shapingba em Chongqing, perto das montanhas Gele, onde ele teria se escondido por algum tempo.
A primeira carta aberta foi intitulada “Policiais de Changsha, Hunan, não podem conter sua raiva por mais tempo, eles procurarão justiça pela morte de seu colega! A verdade por trás do caso de Zhou Kehua será exposta em breve.”
A postagem continha um link para uma fotografia do colega Fang Bin e uma fotografia do homem que havia sido baleado, mostrando sua semelhança. O link foi posteriormente excluído da internet, possivelmente pelos censores do regime chinês.
Internautas que viram a foto questionaram se o homem baleado era na verdade Zhou Kehua, alegando que a foto do homem morto publicada pela polícia não parecia com ele, mas tinha semelhança notável com Fang Bin.
O policial anônimo de Changsha, que assumiu o nome de “SB328”, acredita que seu colega foi incriminado e destacou diversas inconsistências no caso. O coldre da arma encontrada no corpo, por exemplo, tinha um emblema da polícia sobre ele, segundo imagens circuladas online.
SB328, falando em nome de si mesmo e de outro policial de Changsha, escreveu em sua carta que eles não se preocupam com sua filiação ao Partido Comunista ou seus empregos, eles só querem falar em nome de Fang Bin, que eles acreditam que foi morto.
“Não diga que as pessoas em Hunan não têm consciência. Todos nós começamos a agir. Embora tenha havido três reuniões com cada departamento durante as quais o Ministério da Segurança Pública disse que quem vazar informações online será despedido, nós não nos submeteremos”, escreveu ele.
“Nosso colega foi assassinado, os membros de sua família estão em prisão domiciliar, mas o assassino é premiado com um título… Para falar pela vítima, alguns de meus colegas foram a cibercafés clandestinos em cidades pequenas e usaram nomes diferentes para publicar a informação e alguns usaram programas estrangeiros para romper o bloqueio e postar informações.”
Ele disse que seus colegas em medicina forense “todos agiram como um” na tentativa de expor o caso.
Numa reviravolta peculiar, a polícia teria procurado Zhou Kehua por dois dias após ele ter sido supostamente morto a tiros indo de porta em porta nas áreas residenciais de Chongqing, perto das montanhas Gele, enquanto mostravam uma foto de Zhou Kehua aos residentes e perguntavam se o haviam visto.
Epoch Times publica em 35 países em 19 línguas.
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT