Histórias da Antiga China: Inspirados pela virtude, ladrões param de roubar

09/09/2015 06:47 Atualizado: 09/09/2015 06:49

Fan Yuanyan cresceu em uma família pobre das Dinastias do Norte e do Sul (420 dC – 589 dC) e cultivava hortaliças.

Um dia, quando saía de casa, viu alguém roubar os vegetais de sua propriedade. Voltou então para casa e contou à sua mãe. Ela perguntou quem era o ladrão e Fan disse: “Se eu lhe disser o seu nome, por favor, não diga a ninguém”. Como resultado, Fan e sua mãe guardaram segredo.

Em outro dia, novamente, ele viu pessoas se arrastando por dentro de uma vala para roubar brotos de bambu de sua propriedade. Assim, o aldeão cortou uma árvore e construiu uma ponte simples para tornar mais fácil para os meliantes atravessarem a vala até a plantação de bambu. Profundamente tocados pela sua consideração e gentileza, o ladrões sentiram vergonha de suas condutas e pararam completamente de roubar. Com o passar do tempo, os roubos se extinguiram em toda a aldeia.

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Liu Huan, estudioso do Reino de Pei, atual província de Anhui, documentou as ações virtuosas de Fan. Durante os reinados dos imperadores Ming de Qi e Wu de Liang, Fan foi duas vezes convidado para servir na corte imperial. Satisfeito com uma vida simples e frugal, ele não era interessado por fama e fortuna, e recusou ambos os convites.

Os antigos consideravam a conduta moral e virtuosa muito importantes. Naquela época, mesmo os ladrões se sentiam envergonhados ao ser tratados com gentileza e generosidade. A existência de inúmeras leis – como hoje em dia – se fazia desnecessária, toda a sociedade vivia sobre um código de ética, respeito e moral.

Fonte: O Livro de Liang, Volume 51, Biografia de Figuras Conhecidas nº 45