A hipnose é praticada num estado de consciência que se situa entre a consciência e a inconsciência, estado que nos encontramos quando estamos relaxados, despreocupados, a ponto de adormecer. Ele aparece também quando nossa mente está absorvida por uma leitura ou um filme, os quais trazem nosso nível de consciência a esse estado.
Uma prática de meditação bem feita também nos permite entrar nesse estado. Em 2009, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Genève (UNIGE), liderada pelo professor Patrik Vuilleumier, demonstrou que uma pessoa sob hipnose estava trabalhando a parte frontal de seu cérebro, responsável pelo controle da ação. Isso significa que a pessoa sob hipnose está num estado de hipercontrole. O IRM (Imagem por Ressonância Magnética) também revelou que a parte do cérebro envolvida na imaginação e introspecção foi particularmente estimulada. Em comparação, as pessoas as quais apenas ordenava-se simular o ato faziam agir outras partes de seus cérebros.
Tratar os problemas normais de pessoas comuns
Então, é um estado de consciência que nos permite influenciar nosso cérebro e nos conectar ao nosso inconsciente. Nós podemos enviar um estímulo que modificaria o modo de pensar, por exemplo, um comportamento que nos incomoda.
Mas a hipnose não é encarada despreocupadamente. O terapeuta deve estar familiarizado com o estado de espírito de seu paciente antes de praticar a hipnose. Se o paciente julga a mensagem incompatível com suas ideias, filosofias ou convicções, a hipnose não terá nenhum efeito.
Ela também pode ter o efeito inverso. Vejamos o caso de um paciente que desejava praticar a hipnose para resolver seu distúrbio alimentar. A mensagem foi imaginar um prato de massa e, no momento de comer, remover metade e sentir-se saciado com o restante. Esse paciente, que tinha um grande medo de passar fome, entrou em pânico com a ideia e se recusou. Quando voltou para casa, ele se comportou inversamente ao pretendido, comendo ainda mais do que antes. Se o terapeuta tivesse percebido esse medo, ele poderia proceder de maneira diferente, por exemplo, ele faria o paciente comer o conteúdo do prato e lhe perguntar regularmente se ele estava saciado. Ele lhe sugeriria parar de comer no momento que já não sentisse mais fome.
Escolher bem o terapeuta, segundo especialistas, é crucial. O terapeuta deve dialogar muito com seu paciente antes de escolher as palavras que utilizará. Às vezes, para superar o trauma, o paciente enterra profundamente os fatos que deram origem ao problema. Então, será preciso entrar em hipnose para procurar o que o paciente esconde de si mesmo. No entanto, esta não é uma “ciência-milagre”, mas uma ferramenta que o terapeuta utiliza para “desprogramar” ideias, fobias ou comportamentos prejudiciais.
A auto-hipnose
Essa é uma técnica que pode ajudar em muitas situações. A auto-hipnose nos permite modificar comportamentos problemáticos. As pessoas que trabalham sobre si mesmas encontrarão na auto-hipnose uma ajuda para progredir mais rapidamente. Na verdade, essa técnica utiliza nosso inconsciente profundo, que alguns chamam de guia interior ou a consciência. Ele se manifesta através de sonhos, intuições ou reações inesperadas.
Uma pequena formação já nos torna capazes de utilizar corretamente este método. De acordo com o site Hypnose-Pratiques, “duas sessões permitem ter uma representação concreta ou semiconcreta do próprio inconsciente através da linguagem simbólica dos sonhos. Depois disso, você estuda, com o formulário, a forma de enviar questões e mensagens ao seu inconsciente. Assim, durante a execução, um CD é gravado para que você possa reproduzir a sessão em casa”.
Hypnose-Pratiques propõe aprender a auto-hipnose em sessões individuais ou em oficinas de grupo. Eles utilizam o método Coué (repetições de autossugestões sobre o bem-estar), o método sistêmico (repetições com fixação ocular) e o método simbólico (comunicação dialética entre consciente e inconsciente). Conforme sua experiência, a aprendizagem da auto-hipnose deve ser feita com um treinador. Os resultados obtidos com um CD ou um livro podem proporcionar um bom relaxamento, mas, em todo caso, não proporciona uma hipnose terapêutica.
Para mais informações: hypnose-pratiques.eu (em francês)
—
Epoch Times publica em 35 países em 19 idiomas.
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT