Heroico. É o termo que traduz o resultado obtido pelo Atlético diante do Tijuana nesta quinta-feira (23), no México, pelas quartas de final da Copa Libertadores. Apesar da clara superioridade técnica do Galo, o time mexicano fez boa partida, ajudado pela grama sintética do Estádio Caliente. Um fator preponderante, além do desgaste da longa viagem até o México, para que o Atlético não praticasse seu melhor futebol.
Já acostumado com o tipo de gramado, o Tijuana deu trabalho ao Atlético no primeiro tempo. A recorrente alternância de posição entre meias e atacantes e a constante chegada do bom volante Arce dificultaram a marcação e abriram buracos na defesa mineira. Além disso, o quarteto formado por Diego Tardelli, Ronaldinho, Bernard e Jô foi bem marcado e não conseguiu levar perigo ao gol adversário. Com isso, o Tijuana sobrou e, com gol do sempre perigoso Riascos, saiu para o intervalo registrando 1 a 0.
A entrada de Luan no lugar de Bernard, que saiu machucado, não conseguiu reverter o panorama no início do segundo tempo. Pelo contrário, os mexicanos passaram a ameaçar ainda mais a rede de Victor e, logo aos 7, Martínez ampliou. Um terrível 2 a 0 que complicaria muito a vida do Atlético para a segunda partida caso o resultado permanecesse.
Diante das circunstâncias, um gol passou a ser questão vital para que o Atlético se mantivesse vivo no confronto. Se pelo chão seguia difícil, a bola parada se apresentou como solução mais viável, e foi justamente numa cobrança de escanteio que saiu o gol do Galo, marcado por Tardelli. Um gol “achado” que deu alívio e injeção de ânimo para Cuca e sua equipe, que reagiu passando a manter a pelota mais à frente.
Quando tudo parecia caminhar para certo conformismo do Galo e a manutenção do placar em 2 a 1, eis que Tardelli arranca pelo meio e serve Luan, que tromba com o zagueiro adversário e toca na saída do goleiro Saucedo, deixando tudo igual. Um gol com raça que valeu como uma virada. Tirou um peso enorme das costas do Atlético, facilitando e muito sua vida para a próxima partida, no Independência.
Superação
Se o assunto fosse justiça, o Tijuana mereceria ter vencido. Saiu-se melhor na partida e não se intimidou diante de um time bem superior, que contava com um craque chamado Ronaldinho.
Mas como justiça é algo vago no futebol, é preferível dizer que o Atlético Mineiro superou as dificuldades e conseguiu um excelente resultado. Só uma tragédia tira agora os mineiros da semifinal da Libertadores, levando em conta seu retrospecto na Arena Independência.
Curiosidades
Além do tradicional grito da torcida mexicana depois de cada tiro de meta cobrado pelos goleiros, outro fato chamou atenção: ao final da partida, o locutor do estádio anunciou que o Cruz Azul fizera 1 a 0 em cima do América.
Era a final do Campeonato Mexicano, que começava naquele instante, na Cidade do México. A torcida do Tijuana vibrou como se tivesse tratado de um gol do próprio time! Parece que não é só no Brasil que os clubes com maiores torcidas são os mais odiados.
Rafael Souza é bacharelando em jornalismo pela UERJ, apaixonado por futebol e dono do blog Planeta Pelota
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